Chikungunya: Brasil lidera em casos e óbitos confirmados nas Américas e no mundo

OMS revela que o país lidera o ranking mundial de mortes pela doença, com 72% dos óbitos globais.

07/10/2025 23:42

3 min de leitura

(Imagem de reprodução da internet).

Brasil Lidera Casos de Chikungunya nas Américas

O Brasil detém a maior parte dos casos confirmados de chikungunya no ano nas Américas, representando quase 96% do total, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS). O país também contabiliza aproximadamente 72% das mortes causadas pela doença em escala global.

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Dados de Casos e Mortes

Entre 1º de janeiro e 20 de setembro, o Brasil registrou 96.159 casos confirmados e 111 mortes. A região das Américas reportou um total de 228.591 casos suspeitos, incluindo 100.329 casos confirmados e 115 mortes.

Panorama Global

Em nível mundial, foram registrados 445.271 casos, abrangendo tanto casos autóctones, adquiridos no local de residência, quanto casos importados, originados após viagens. A OMS atribui o avanço da doença à expansão dos mosquitos Aedes aegypti e Aedes albopictus, impulsionada pela urbanização desordenada, falta de saneamento, falhas em programas de controle de vetores e alterações climáticas. A crescente mobilidade humana e o comércio internacional também contribuem para a disseminação.

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Distribuição Heterogênea dos Casos

A Organização Mundial da Saúde destaca que a distribuição dos casos é variável. Algumas regiões apresentam números menores em comparação com 2024, como nas Filipinas, onde houve uma redução de 78%. Por outro lado, outras áreas, como a Indonésia, registraram aumentos significativos, com uma alta de cerca de 158%.

Ressurgimento da Doença em Áreas Específicas

A agência aponta que a distribuição irregular dos casos indica um ressurgimento da doença em áreas geográficas específicas, e não uma tendência de aumento global. A província chinesa de Guangdong se destaca com 16.452 casos autóctones até 27 de setembro, representando o maior surto documentado na China até o momento.

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Recomendações para Mitigar o Risco

O relatório enfatiza que o risco é maior em locais com condições ambientais favoráveis à reprodução dos mosquitos transmissores, falhas na vigilância e diagnóstico, além de maior movimentação de pessoas. A OMS recomenda reforçar a vigilância epidemiológica, intensificar o monitoramento e o controle de vetores, e aprimorar a preparação em saúde pública.

Sintomas e Cuidados

O vírus chikungunya é transmitido pela picada de fêmeas do gênero Aedes infectadas. A doença é caracterizada por febre de início abrupto, frequentemente acompanhada por manchas vermelhas na pele e dor severa e debilitante nas articulações, que pode persistir por semanas, meses ou até anos. Pacientes nos extremos de idade, como recém-nascidos e idosos, e aqueles com condições médicas subjacentes, como diabetes e doenças cardiovasculares, estão em maior risco de desenvolver doença grave e requerem hospitalização.

Vacinação Contra o Chikungunya

Não existe um tratamento antiviral específico para a doença. Os pacientes recebem medicamentos para aliviar a dor e a febre. Em abril deste ano, o Brasil aprovou a primeira vacina contra o chikungunya, desenvolvida pela farmacêutica austríaca Valneva e fabricada na Alemanha. O imunizante contém microrganismos vivos enfraquecidos que estimulam o sistema imunológico sem causar a doença. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) confirmou que estudos clínicos em adultos e adolescentes demonstraram a eficácia do imunizante na indução de anticorpos neutralizantes contra o vírus.

Autor(a):

Com formação em Jornalismo e especialização em Saúde Pública, Lara Campos é a voz por trás de matérias que descomplicam temas médicos e promovem o bem-estar. Ela colabora com especialistas para garantir informações confiáveis e práticas para os leitores.