Chefes de estado e governo se encontram em Nice, na França, para discutir as ameaças aos oceanos
A Terceira Conferência das Nações Unidas sobre os Oceanos (UNOC), com início na segunda-feira (9), visa alcançar um acordo para definir uma política unificada e mobilizar recursos financeiros para a proteção dos mares.

Líderes mundiais se encontram nesta semana na França para uma conferência internacional que discutirá as crises dos oceanos decorrentes da pesca excessiva, das mudanças climáticas e da poluição. A Terceira Conferência das Nações Unidas sobre os Oceanos (UNOC), que inicia na segunda-feira (9), visa alcançar um acordo para definir uma política comum e mobilizar recursos para a conservação marinha. A ONU declara que os oceanos se encontram em estado de “emergência” e os chefes de Estado e de governo reunidos em Nice devem tentar reverter a situação, considerando que os países ainda debatem sobre políticas relacionadas à mineração em águas profundas, ao lixo plástico ou à pesca excessiva.
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A conferência, com patrocínio da França e Costa Rica, conta com a expectativa de reunir quase 50 chefes de Estado e de Governo, incluindo o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva e o homóargentino Javier Milei. O presidente francês, Emmanuel Macron, deslocará-se de Mônaco até Nice, onde participará de um evento que visa arrecadar recursos privados para a conservação dos oceanos. Outras embarcações se juntarão a ele no Mediterrâneo em um desfile marítimo. À noite, Macron oferecerá aos líderes um jantar com base em peixes do Mediterrâneo, antes da cerimônia de abertura oficial da cúpula na segunda-feira.
Espera-se que ocorram manifestações pacíficas durante os cinco dias do evento. A França mobilizou 5.000 policiais em Nice para o evento, que também contará com a presença de muitos cientistas, empresários e ativistas ambientais. Os governantes do Pacífico devem comparecer em grande número e exigir, em particular, compromissos financeiros concretos dos governos. O governo dos Estados Unidos não deve enviar uma delegação. O presidente Donald Trump anunciou recentemente que vai estimular a mineração do leito marinho em águas internacionais, o que gerou muitas críticas.
Vontade política
A França assegurou que realizará uma reunião para a preservação dos oceanos, similar ao que o Acordo de Paris fez pela ação climática global na COP21, em 2015. Especialistas preveem que as nações presentes adotem a “Declaração de Nice” para ratificar uma proteção mais ampla dos oceanos, juntamente com compromissos adicionais voluntários por parte de governos individuais. A França definiu uma meta ambiciosa e espera obter a ratificação de 60 países para um tratado histórico de proteção mundial que vai além de cada jurisdição nacional.
Até o momento, apenas 28 países e a União Europeia assinaram o texto. A entrada em vigor do tratado é considerada crucial para alcançar o objetivo globalmente acordado de proteger 30% dos oceanos até 2030. “Nós criamos essa espécie de mito de que os governos não têm dinheiro para a conservação dos oceanos”, declarou Brian O’Donnell, diretor da Campaign for Nature.
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“Dinheiro existe. O que não existe é vontade política”, acrescentou. As recentes conferências da ONU enfrentaram dificuldades para alcançar consensos e os recursos necessários para combater a mudança climática e outras ameaças ambientais. Os oceanos recebem o menor financiamento de todos os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU.
Com informações da AFP.
Fonte por: Jovem Pan
Autor(a):
Júlia Mendes
Apaixonada por cinema, música e literatura, Júlia Mendes é formada em Jornalismo pela Universidade Federal de São Paulo. Com uma década de experiência, ela já entrevistou artistas de renome e cobriu grandes festivais internacionais. Quando não está escrevendo, Júlia é vista em mostras de cinema ou explorando novas bandas independentes.