Chefes de estado e governo se encontram em Nice, na França, para discutir as ameaças aos oceanos

A Terceira Conferência das Nações Unidas sobre os Oceanos (UNOC), com início na segunda-feira (9), visa alcançar um acordo para definir uma política unificada e mobilizar recursos financeiros para a proteção dos mares.

08/06/2025 12:56

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Chefes de estado e governo se encontram em Nice, na França, para discutir as ameaças aos oceanos

Líderes mundiais se encontram nesta semana na França para uma conferência internacional que discutirá as crises dos oceanos decorrentes da pesca excessiva, das mudanças climáticas e da poluição. A Terceira Conferência das Nações Unidas sobre os Oceanos (UNOC), que inicia na segunda-feira (9), visa alcançar um acordo para definir uma política comum e mobilizar recursos para a conservação marinha. A ONU declara que os oceanos se encontram em estado de “emergência” e os chefes de Estado e de governo reunidos em Nice devem tentar reverter a situação, considerando que os países ainda debatem sobre políticas relacionadas à mineração em águas profundas, ao lixo plástico ou à pesca excessiva.

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A conferência, com patrocínio da França e Costa Rica, conta com a expectativa de reunir quase 50 chefes de Estado e de Governo, incluindo o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva e o homóargentino Javier Milei. O presidente francês, Emmanuel Macron, deslocará-se de Mônaco até Nice, onde participará de um evento que visa arrecadar recursos privados para a conservação dos oceanos. Outras embarcações se juntarão a ele no Mediterrâneo em um desfile marítimo. À noite, Macron oferecerá aos líderes um jantar com base em peixes do Mediterrâneo, antes da cerimônia de abertura oficial da cúpula na segunda-feira.

Espera-se que ocorram manifestações pacíficas durante os cinco dias do evento. A França mobilizou 5.000 policiais em Nice para o evento, que também contará com a presença de muitos cientistas, empresários e ativistas ambientais. Os governantes do Pacífico devem comparecer em grande número e exigir, em particular, compromissos financeiros concretos dos governos. O governo dos Estados Unidos não deve enviar uma delegação. O presidente Donald Trump anunciou recentemente que vai estimular a mineração do leito marinho em águas internacionais, o que gerou muitas críticas.

Vontade política

A França assegurou que realizará uma reunião para a preservação dos oceanos, similar ao que o Acordo de Paris fez pela ação climática global na COP21, em 2015. Especialistas preveem que as nações presentes adotem a “Declaração de Nice” para ratificar uma proteção mais ampla dos oceanos, juntamente com compromissos adicionais voluntários por parte de governos individuais. A França definiu uma meta ambiciosa e espera obter a ratificação de 60 países para um tratado histórico de proteção mundial que vai além de cada jurisdição nacional.

Até o momento, apenas 28 países e a União Europeia assinaram o texto. A entrada em vigor do tratado é considerada crucial para alcançar o objetivo globalmente acordado de proteger 30% dos oceanos até 2030. “Nós criamos essa espécie de mito de que os governos não têm dinheiro para a conservação dos oceanos”, declarou Brian O’Donnell, diretor da Campaign for Nature.

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“Dinheiro existe. O que não existe é vontade política”, acrescentou. As recentes conferências da ONU enfrentaram dificuldades para alcançar consensos e os recursos necessários para combater a mudança climática e outras ameaças ambientais. Os oceanos recebem o menor financiamento de todos os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU.

Com informações da AFP.

Fonte por: Jovem Pan

Autor(a):

Apaixonada por cinema, música e literatura, Júlia Mendes é formada em Jornalismo pela Universidade Federal de São Paulo. Com uma década de experiência, ela já entrevistou artistas de renome e cobriu grandes festivais internacionais. Quando não está escrevendo, Júlia é vista em mostras de cinema ou explorando novas bandas independentes.