Chefe do executivo desmente participação em polêmica sobre emendas

O presidente da Câmara, José Guimarães (PT-CE), desmentiu, na quarta-feira (9), qualquer participação em um escândalo de desvio de emendas parlamentares divulgado pela Polícia Federal na terça-feira (8).

De acordo com a CNN, mensagens interceptadas pela Polícia Federal na investigação sobre os desvios continham menções a Guimarães.

O parlamentar ressalta que não propôs emendas destinadas a Canindé e Chorão, municípios mencionados na investigação, e que uma análise rápida no Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal (Siafi) comprova essa informação.

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O deputado afirma ainda que não é objeto de investigação nem sofreu buscas e apreensões.

O líder do governo declarou em nota que ter o nome mencionado em conversas de outras pessoas não indica participação em organizações que desviam recursos públicos e prejudicam a população do Ceará.

Guimarães não é alvo de investigação. A PF afirma que são necessárias “diligências específicas” – ou seja, uma outra investigação – para esclarecer se houve alguma irregularidade por parte do líder do governo.

As discussões que citam Guimarães estão nos documentos da operação realizada na terça-feira contra um esquema de desvios, com o deputado federal Júnior Mano (PSB-CE) como principal responsável.

A investigação indica que o operador da fraude, Carlos Alberto Queiroz, também conhecido como Bebeto, propunha emendas às prefeituras cearenses em troca de uma comissão que atingia 12%.

Em uma das conversas analisadas pela PF, Bebeto mencionou Guimarães como um dos deputados que direcionou emendas para municípios do estado, com recursos destinados à saúde e a obras de pavimentação.

Em outra mensagem, Bebeto relata ter ficado ciente do encaminhamento, também por parte de Guimarães, no valor de R$ 2 milhões em emendas destinadas à Prefeitura de Chorão.

A terceira referência ao chefe do executivo foi feita por uma ex-prefeita de Canindé. Em seu depoimento à PF, ela afirmou ter se recusado a restituir parte de duas emendas originadas do petista.

A Polícia Federal identificou ainda as menções de outros dois deputados: Eunício Oliveira (MDB-CE), ex-presidente do Senado Federal, e Yuri do Paredão (MDB-CE). As mensagens também serão apuradas.

A operação realizada nesta terça-feira pela PF teve Mano como principal alvo, sendo realizadas buscas em seu gabinete na Câmara dos Deputados e em endereços pessoais no Ceará.

Ao dar luz verde à operação, o ministro Gilmar Mendes, do STF, declarou que os elementos reunidos até o momento indicam um “complexo esquema” de desvios.

A má utilização das emendas envolveria fraudes em licitações, compra de votos e financiamento ilegal de campanhas nas eleições municipais de 2024.

O que os outros citados afirmam

Eunício Oliveira afirmou que repassará emendas a dezenas de municípios cearenses “de forma transparente e em conformidade com a legislação” e que não recebeu informações sobre as investigações.

O deputado Eunicio Oliveira destina emendas em dezenas de municípios cearenses, de forma transparente e em conformidade com a legislação. Ressalta-se que o deputado ainda não foi notificado sobre essa eventual apuração e que não há solicitação de instauração de inquérito.

Yuri do Paredão declarou, através da assessoria, que mantém um compromisso com a transparência e o desenvolvimento do Ceará.

A transparência é um aspecto fundamental na gestão pública, e a disponibilidade de todos os recursos no Portal da Transparência da Câmara dos Deputados demonstra a seriedade e a responsabilidade com que o deputado Yury conduz suas ações. Sua disposição para esclarecimentos adicionais reforça ainda mais sua postura transparente e comprometida com a população.

Com informações de Luísa Martins.

Fonte por: CNN Brasil