Célia Xakriabá denuncia Kim Kataguiri ao MPF e Conselho de Ética
Na sessão de votação sobre o licenciamento ambiental, na madrugada de quinta-feira, os parlamentares proferiram ofensas.

A deputada federal Célia Xakriabá (PSOL-MG) anunciou nesta quinta-feira (17) que entrará com representações contra o também parlamentar Kim Kataguiri (União-SP) no MPF (Ministério Público Federal) e no Conselho de Ética da Câmara.
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Xakriabá afirma que o Conselho de Ética não deve atender a um grupo seleto de indivíduos, favorecendo alguns em detrimento de outros.
A parlamentar declarou que, após realizar o estudo das reiteradas ocorrências de violência, sua atuação como votante foi interrompida por quase um mês na Comissão da Amazônia, Povos Originários e Tradicionais, a partir do dia 10 de abril.
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Seguiram-se uma escalada de violência, e nós iremos fazer também, reportar ao Ministério Público Federal, o crime de racismo. E aqui, dentro da casa, nós iremos enviar uma representação ao deputado Kim, que foi quem, repetidas vezes, fez o ataque do racismo.
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Na madrugada de quinta-feira, os dois deputados trocaram acusações durante a votação do projeto de lei que altera o texto do licenciamento ambiental.
A sessão encerrou-se na Câmara com a aprovação da proposta, que obteve 267 votos favoráveis e 116 votos contrários.
O parlamentar declarou anteriormente, em comunicado, que Xakriabá se definiu como detentora de uma condução referente ao licenciamento ambiental e obteve uma reação descortês em retorno.
Compreenda a discussão.
Kataguiri argumentou que haveria um grande número de parlamentares contrários à proposta devido a questões financeiras: “Eu quero expor aqui este Plenário qual é a real razão pela qual há tanta oposição ao direito do licenciamento ambiental: é dinheiro, é grana, é esquema”.
Xakriabá refutou a afirmação do deputado e o apelidou de “estrangeiro” e “reborn”.
“Primeiramente, esse deputado estrangeiro, esse deputado recém-nomeado que acabou de falar e quer ter o direito de tratar da questão indígena. O senhor não conhece a história, portanto fica em silêncio, o senhor é estrangeiro aqui, tinha de pedir desculpas aos povos indígenas”, declarou a parlamentar, que teve o seu microfone desligado por falta de tempo.
Kataguiri retrucou, afirmando que a parlamentar estaria simulando ser um símbolo de defesa, em referência ao cocar da deputada, que é originário de uma cultura indígena.
Um parlamentar relatou que uma deputada o chamou de “deputado estrangeiro”. Ele mencionou estar próximo de onde estão seus ancestrais, próximo a um pavão, um animal originário da Ásia, e observou que algumas pessoas se parecem estar fazendo cosplay.
O deputado federal Rodolfo Nogueira (PL-MS) também mencionou a Xakriabá, referindo-se a ela como um “pavão misterioso”.
“Considerando que o tema é o pavão misterioso, desejamos obter informações sobre o licenciamento ambiental deste exemplar. É notório que, para a abertura de estradas, para a instalação de empreendimentos, é necessário um licenciamento, e também para a abate de animais é preciso licenciamento ambiental”, declarou Nogueira.
A deputada solicitou, então, oportunidade de resposta ao presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e tal permissão foi autorizada.
As pessoas podem ter bancadas inteiras para defender seus interesses, mas atacar uma mulher indígena pelo que ela veste, eu não tenho problema de saber de onde ela vem. Eu não preciso chamar de cosplay, porque isso é um racismo televisado daqui e certamente tomarei as medidas necessárias.
Célia Xakriabá prossegue em sua fala, embora não seja ouvida, sendo interrompida por aplausos da oposição. Uma discussão acalorada se inicia entre os parlamentares na Câmara e Hugo solicita a intervenção da Polícia Legislativa para preservar a ordem da sessão.
Fonte por: CNN Brasil
Autor(a):
Lucas Almeida
Lucas Almeida é o alívio cômico do jornal, transformando o cotidiano em crônicas hilárias e cheias de ironia. Com uma vasta experiência em stand-up comedy e redação humorística, ele garante boas risadas em meio às notícias.