CELAC manifesta “preocupação profunda” com envio de navios dos EUA ao Caribe
A Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos, com o Brasil, intensifica o apelo por um cessar do fogo na região.

Os chanceleres da Celac, do qual o Brasil é parte, manifestaram “profunda preocupação” na sexta-feira (5) com a mobilização militar na região, conforme comunicado pelo chanceler venezuelano, Yvânes Gil, em contexto do aumento da tensão entre a Venezuela e os Estados Unidos.
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A América Latina e o Caribe foram designadas como Zonas de Paz, conforme o texto, que também destaca a proibição da ameaça ou do uso da força, a resolução pacífica de conflitos, a promoção do diálogo e do multilateralismo, o respeito à soberania e à integridade territorial, a não intervenção nos assuntos internos dos Estados e o direito inalienável dos povos à autodeterminação.
A declaração reforça uma outra mensagem divulgada na segunda-feira, que lembra que a região deveria permanecer “uma terra de paz”. O comunicado de segunda foi divulgado após uma reunião virtual de emergência, convocada pela Colômbia, que ocupa a presidência pro tempore da Comunidade desde abril de 2024.
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Fundada em 2010, a Celac é composta por 33 países da América Latina e do Caribe. Opera como um mecanismo intergovernamental de diálogo e coordenação política. Seu objetivo é fortalecer a integração regional sem a participação dos Estados Unidos e do Canadá.
Guatemala, um dos países que compõem a Celac, declarou não apoiar o comunicado devido aos “métodos e procedimentos de trabalho” que não foram observados.
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O Ministério das Relações Exteriores da Guatemala afirmou em comunicado que o país está considerando as propostas apresentadas, buscando um consenso e um texto que incorpore as diversas posições levantadas no âmbito da Celac.
A criação da Celac ocorre em meio a um aumento nas operações dos EUA contra os cartéis do narcotráfico que atuam na região. O ataque mais recente resultou em pelo menos 11 mortos e visava um barco venezuelano que supostamente transportava drogas, de acordo com o presidente americano, Donald Trump.
Nos últimos semanas, as Forças Armadas dos EUA mobilizaram cerca de 4.000 fuzileiros navais e marinheiros para as águas da América Latina e do Caribe, em face do aumento dos esforços para combater as organizações criminosas envolvidas no tráfico de drogas.
O governo da Venezuela alega que os Estados Unidos estão utilizando o combate ao tráfico de drogas como justificativa para interferir na soberania do país sob a liderança de Nicolás Maduro.
Fonte por: CNN Brasil
Autor(a):
Bianca Lemos
Ambientalista desde sempre, Bianca Lemos se dedica a reportagens que inspiram mudanças e conscientizam sobre as questões ambientais. Com uma abordagem sensível e dados bem fundamentados, seus textos chamam a atenção para a urgência do cuidado com o planeta.