Cecafé: Tarifa sobre exportações despenca 17,5% em agosto
A segunda maior economia, mensalmente, Estados Unidos perde a posição de principal importador para a Alemanha.
O Brasil exportou 3,14 milhões de sacas de 60 kg de café em agosto de 2025, representando uma queda de 17,5% em relação ao ano anterior. A receita cambial, por outro lado, aumentou 12,7%, atingindo US$ 1,1 bilhão nesse mesmo período.
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As informações são de um relatório mensal do Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil) divulgado nesta terça-feira (9).
Palco reorganizado
De acordo com Mórcio Ferreira, presidente da entidade, a redução na soma já era prevista.
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Além do Brasil ter realizado exportações recordes de grãos em 2024 e registrado uma safra de 2025 de menor potencial produtivo, as tarifas de 50% implementadas pelos Estados Unidos, em vigor desde 6 de agosto, tornaram inviável grande parte dos embarques ao vizinho norte-americano, que até então era o maior importador do produto.
A liderança do pódio foi alterada em setembro: os Estados Unidos cederam a primeira posição para a Alemanha, ocupando o segundo lugar.
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Houve 301 mil sacas importadas, resultado de negócios realizados antecipadamente à tarifa, com uma queda de 26% na comparação mensal e 46% na comparação anual. A Alemanha, por sua vez, importou 414 mil sacas.
A reconfiguração comercial também impactou o mercado internacional de café, gerando volatilidade nos preços e causando o aumento das cotações.
Entre 7 e 31 de agosto, o café arábica avançou 29,7% na Bolsa de Nova York, atingindo US$ 3,861 por libra-peso. Isso também contribuiu para o aumento da receita observado nesse período.
Se o tarifário persistir, além de as exportações de café do Brasil seguirem inviáveis aos EUA, os consumidores americanos também enfrentarão preços onerosos, uma vez que não há oferta de outros países para suprir a ausência brasileira no mercado dos Estados Unidos, projeta o empresário.
Assim, se configura um cenário inflacionário ali.
Mais informações
De acordo com o relatório, o Brasil exportou 25,3 milhões de sacas de café nos primeiros oito meses do ano, representando uma queda de 20,9% em relação ao ano anterior.
Em contrapartida, a receita é recorde: atingindo US$ 9,67 bilhões no acumulado de 2025.
Apesar da queda em agosto, os Estados Unidos permanecem como o maior importador do produto brasileiro no ano (4,03 milhões de sacas).
Alemanha (3 milhões de sacas); Itália (1,98 milhão); Japão (1,67 milhão); e Bélgica (1,51 milhão).
Fonte por: CNN Brasil
Autor(a):
Pedro Santana
Ex-jogador de futebol profissional, Pedro Santana trocou os campos pela redação. Hoje, ele escreve análises detalhadas e bastidores de esportes, com um olhar único de quem já viveu o outro lado. Seus textos envolvem os leitores e criam discussões apaixonadas entre fãs.












