A Secretaria de Defesa Agropecuária do Estado determinou a interdição da propriedade; até o momento, o Brasil contabiliza 181 ocorrências de Influenza A…
A Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Ceará (Adagri) confirmou, na quinta-feira (17), o primeiro caso de Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (H5N1) em uma criação de aves de subsistência no município de Quixeramobim, na região central do estado.
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A confirmação ocorreu após a análise de amostras enviadas no dia 8 ao Laboratório Federal de Defesa Agropecuária (LFDA), em Campinas (SP).
Na manhã desta última sexta-feira (18), o Serviço Veterinário Oficial do Ceará iniciou as ações previstas no Plano Nacional de Contingência de Influenza Aviária, do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), com a interdição da propriedade e a eutanásia das aves, seguindo os protocolos de saneamento da criação.
A Adagri também conduz uma investigação complementar em um raio inicial de 10 quilômetros da área afetada, abrangendo possíveis vínculos com outras propriedades rurais.
A agência reiterou que o consumo de carne de aves e ovos é seguro, uma vez que a gripe aviária não é transmitida por meio da ingestão desses produtos. “A população pode se ficar assegurada de que não há nenhuma restrição quanto ao consumo”, informou o órgão.
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Até o momento, o Brasil contabilizou 181 casos de Influenza Aviária: 172 em aves selvagens, 8 em aves de criação e 1 em ave comercial, todos já controlados.
A influenza aviária é uma doença viral considerada altamente contagiosa que, geralmente, afeta aves domésticas e selvagens, causando problemas respiratórios em elas.
Eventualmente, a doença também pode afetar mamíferos como ratos, gatos, cães, cavalos, suínos, além do ser humano, conforme o Ministério da Saúde.
A infecção em humanos se dá através do contato com aves doentes ou superfícies contaminadas com secreções desses animais, como saliva, secreções nasais ou fezes.
Nos indivíduos, os sintomas são semelhantes aos de uma gripe comum, e o tratamento de humanos com gripe aviária é feito com medicamentos antivirais comuns.
Pacientes imunodeprimidos, idosos e indivíduos com doenças crônicas cardíacas ou pulmonares são considerados grupos de risco, que podem apresentar sintomas mais intensos.
A taxa de mortalidade é de aproximadamente 60% ou mais para indivíduos infectados, conforme dados da Universidade Federal de Juiz de Fora, em Minas Gerais.
Em caso de suspeita, é necessário notificar imediatamente as autoridades sanitárias, para que estas possam implementar as ações apropriadas, incluindo o tratamento e a prevenção da disseminação da doença.
Devido à sua distribuição global e à ocorrência de surtos ao longo dos anos, a transmissão entre humanos pode representar um risco elevado para a população mundial.
A forma mais frequente e letal do vírus da gripe aviária é denominada Influenza A (H5N1) ou vírus H5N1. Contudo, existem diversas cepas distintas de gripe aviária: 16 subtipos H e 9 subtipos N. Unicamente aqueles identificados como H5, H7 e H10 resultaram em óbitos em humanos.
A principal razão para a disseminação da gripe aviária é a exposição direta a aves selvagens infectadas, uma vez que essas aves podem ter a infecção sem apresentar sinais, transportando o vírus por longas distâncias através de migrações.
As espécies selvagens primárias envolvidas seriam aves aquáticas, gaivotas e aves costeiras. O movimento migratório natural dessas aves também contribui para a disseminação do vírus.
A expansão do movimento de indivíduos e produtos em escala global, decorrente da globalização e do comércio internacional, também influencia a disseminação da gripe aviária.
Ademais, os mercados e feiras de aves vivas podem facilitar a transmissão do vírus para outras espécies, incluindo os seres humanos.
Ao identificarem a doença em uma ave ou em um grupo delas, as autoridades sanitárias adotam a primeira medida, que é o abate dos animais doentes.
As carcaças devem ser descartadas corretamente, por meio de incineração ou enterro com cobertura de cal. O vírus da gripe aviária é eliminado pelo calor (56ºC por 3 horas ou 60ºC por 30 minutos) e por desinfetantes comuns, como formalina e compostos iodados.
Os estabelecimentos de abate de aves devem realizar a limpeza e desinfecção diárias por 21 dias, empregando hipoclorito a 1% [Água Sanitária]. Após esse período, novas aves podem ser introduzidas no local, destinadas a abate ou outros fins.
A higiene regular das mãos com água e sabão é outra medida recomendada pelo Ministério da Saúde. Exceto para os trabalhadores de frigoríficos e aviários, que devem realizar a desinfecção das mãos com álcool a 70% após o contato com as aves.
Sob a supervisão de Pedro Osorio.
Fonte por: CNN Brasil
Autor(a):
Apaixonada por cinema, música e literatura, Júlia Mendes é formada em Jornalismo pela Universidade Federal de São Paulo. Com uma década de experiência, ela já entrevistou artistas de renome e cobriu grandes festivais internacionais. Quando não está escrevendo, Júlia é vista em mostras de cinema ou explorando novas bandas independentes.