Caverna dos Cristais: área mexicana apresenta formações gigantescas e temperaturas letais

A Gruta dos Cristais de Naica, no México, contém cristais enormes que se desenvolveram pelas temperaturas elevadas da área.

06/07/2025 5:05

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Caverna dos Cristais: área mexicana apresenta formações gigantescas e temperaturas letais
(Imagem de reprodução da internet).

A Caverna dos Cristais de Naica, no México, é um sistema subterrâneo reconhecido por abrigar cristais gigantes, que podem alcançar vários metros de comprimento. Por exemplo, o maior já encontrado mede cerca de 11 metros de comprimento por 1 metro de largura. No entanto, esses cristais não são tão valiosos quanto os utilizados em joias.

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A caverna foi encontrada em 2000, durante obras na mina de Naica, no estado de Chihuahua, no México.

Os mineradores, durante suas atividades, descobriram um túnel que expôs uma câmara subterrânea com pilares transparentes. Após análises, verificaram que se tratava de cristais de gipsita, que se mostram como os maiores já documentados dessa espécie.

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Qual é a Caverna de Cristais de Naica?

A Caverna de Cristais de Naica é relativamente pequena, com aproximadamente 109 metros de comprimento e um volume máximo estimado em até seis mil metros cúbicos. A caverna apresenta formato de “U”, parecido com uma ferradura.

A caverna exibe um ambiente severo, caracterizado por temperaturas que podem ultrapassar 58 °C e elevados índices de umidade. Devido a essas condições, é inviável a permanência no local por mais de alguns minutos. Geralmente, somente pesquisadores e especialistas têm acesso ao local, empregando vestimentas protetoras específicas.

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Especialistas que analisaram a região afirmam que a Caverna de Cristais se encontra próxima a um reservatório de magma, localizado entre três e cinco quilômetros abaixo da superfície da mina de Naica. Dessa forma, as temperaturas são tão elevadas no interior da cavidade.

“A Capela Sistina é o único lugar no planeta onde o mundo mineral se revela com tanta beleza”, declarou o geólogo do Conselho Superior de Pesquisas Científicas da Espanha e cristalógrafo da Universidade de Granada, Juan Manuel García-Ruiz, em mensagem enviada ao National Geographic.

A caverna, antes de sua descoberta, estava submersa em água quente sob alta pressão. Apenas o bombeamento contínuo de água para fora permitia o acesso. Caso as bombas cessem, a caverna retorna ao estado de inundação.

Em 2015, as bombas foram desativadas e a água começou a retornar à mina. Contudo, a área específica da Caverna dos Cristais ainda não havia sido totalmente inundada.

A caverna permanece seca, o acesso continua restrito a indivíduos autorizados e por períodos limitados de até uma hora.

Como se originaram os cristais da caverna de Naica

Conforme Garcia-Ruiz e outros cientistas que estudaram a região subterrânea, os cristais se desenvolveram devido às condições ideais proporcionadas pelo ambiente da caverna para seu crescimento. Devido às altas temperaturas e à umidade elevada, os cristais puderam “florecer” na cavidade ao longo de milhões de anos, até serem descobertos.

A erupção de magma na região de Naica, ocorrida há cerca de 26 milhões de anos, aquecendo e enriquecendo a água subterrânea com minerais, como o sulfato de cálcio. Esse composto é conhecido por auxiliar na formação de diversos minerais, incluindo a gipsita presente no local.

A gipsita ocorre na forma transparente e incolor, chamada selenita.

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Antes da formação dos cristais, as altas temperaturas originaram rochas de anidrita, que iniciaram a dissolução quando a temperatura diminuiu para menos de 58 °C. Essa alteração, juntamente com a presença de anidrita dissolvida, estabeleceu as condições favoráveis ao crescimento dos cristais ao longo de milhões de anos.

Pesquisas sobre taxas de crescimento indicaram que levaria cerca de mil anos para um cristal aumentar um metro de espessura.

A comunidade científica considera essencial compreender a história da Caverna dos Cristais, devido ao seu potencial para contribuir em diversas áreas do conhecimento. Por exemplo, pode auxiliar na explicação da formação da gipsita em Marte, além de fornecer informações para o combate ao acúmulo de minerais em usinas de dessalinização, entre outras aplicações.

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Fonte por: CNN Brasil

Fluente em quatro idiomas e com experiência em coberturas internacionais, Ricardo Tavares explora o impacto global dos principais acontecimentos. Ele já reportou diretamente de zonas de conflito e acompanha as relações diplomáticas de perto.