Autoridade da Casa Branca anuncia “quarentena” ao petróleo da Venezuela, refletindo uma postura mais firme dos EUA contra Caracas. Entenda os desdobramentos!
Nesta quarta-feira (24), uma autoridade da Casa Branca informou à agência Reuters que os militares americanos irão se concentrar quase exclusivamente em estabelecer uma “quarentena” ao petróleo da Venezuela nos próximos dois meses. Essa declaração sugere que os Estados Unidos estão se posicionando de forma mais firme contra Caracas, além de indicar uma mudança na terminologia utilizada pelo governo americano.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
No início do mês, o presidente Donald Trump havia determinado um “bloqueio” para todos os navios petroleiros sancionados que entrassem ou saíssem da Venezuela. Desde essa decisão, duas embarcações já foram apreendidas. A escolha da palavra “quarentena” em vez de “bloqueio” reflete uma estratégia semelhante àquela adotada durante a Crise dos Mísseis de Cuba, em 1962, quando o governo de John F.
Kennedy buscou evitar uma escalada do conflito.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Um ano após a Revolução Cubana de 1959, os Estados Unidos impuseram um embargo a Cuba em resposta a uma série de nacionalizações que afetaram os interesses americanos. Em 1962, o embargo se transformou em um bloqueio total da ilha, em meio à Crise dos Mísseis, que foi desencadeada pela instalação de mísseis nucleares soviéticos em território cubano.
Esse período foi um dos mais tensos da Guerra Fria, com uma escalada que começou antes da Revolução Cubana, quando os EUA instalaram mísseis nucleares na Itália e na Turquia. A tensão aumentou em 1961, após a fracassada invasão da Baía dos Porcos, em Cuba, por dissidentes apoiados pelos EUA.
Os mísseis soviéticos em Cuba foram descobertos em setembro de 1962, levando o presidente John F. Kennedy a ordenar uma “quarentena” naval da ilha em 22 de outubro.
Kennedy evitou usar o termo “bloqueio” para não caracterizar um estado de guerra, conforme relatos do Departamento de Estado. O conflito entre os Estados Unidos e a União Soviética foi finalmente contornado por meio de negociações entre Kennedy e o líder soviético Nikita Kruschev.
O bloqueio foi suspenso em 20 de novembro de 1962, após a retirada dos últimos bombardeiros soviéticos de Cuba.
Para implementar a quarentena, Washington mobilizou dois porta-aviões, o USS Enterprise e o USS Independence, além de uma frota de contratorpedeiros e diversos navios de apoio. Essa força-tarefa interceptou, durante um mês, todos os navios mercantes e submarinos soviéticos que tentavam chegar a Cuba, com a participação de navios de guerra de aliados como Argentina, Venezuela, Canadá e Reino Unido na época.
Autor(a):
Ex-jogador de futebol profissional, Pedro Santana trocou os campos pela redação. Hoje, ele escreve análises detalhadas e bastidores de esportes, com um olhar único de quem já viveu o outro lado. Seus textos envolvem os leitores e criam discussões apaixonadas entre fãs.