Operação da Polícia Militar no Rio de Janeiro resulta em mortes e prisões
A ação da Polícia Militar nos complexos da Penha e do Alemão resultou em 64 mortes e 81 prisões, conforme balanço da Secretaria de Segurança Pública (SSP) do estado. A socióloga Carolina Grillo, coordenadora do Grupo de Estudos dos Novos Ilegalismos da Universidade Federal Fluminense (UFF), classificou a operação como “uma violência injustificável”.
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Grillo destacou que essa abordagem repete um padrão de confronto que gera alto custo humano e pouco resultado prático. “Essas prisões e apreensões não compensam o enorme custo que houve para a população”, afirmou em entrevista à Rádio Brasil de Fato.
Impactos nas comunidades
A socióloga apontou que operações desse tipo paralisam serviços essenciais e afetam a rotina dos moradores. “Escolas e unidades básicas de saúde deixam de funcionar, milhares de pessoas não conseguem trabalhar e o cotidiano dos moradores é rompido”, lamentou.
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Ela criticou a política do governo do estado do Rio de Janeiro, que se baseia em grandes operações armadas, sem integração com as forças federais. “Não interessa ao governo do estado se articular com a Polícia Federal, porque ele quer mostrar serviço de forma escandalosa”, disse.
Alternativas ao endurecimento das penas
Grillo também lembrou que, durante a vigência da ADPF, determinada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), a letalidade policial caiu quase 70% entre 2019 e 2023, sem aumento da criminalidade. “A ADPF foi a prova viva de que é possível combater a criminalidade com controle do uso da força”, destacou.
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Para a pesquisadora, enfrentar o crime organizado requer investigações financeiras, políticas sociais e fiscalização de mercados controlados por facções, em vez de apenas aumentar penas ou operações. “Aumentar a pena não muda a lógica do crime”, concluiu.
