Cármen Lúcia afirmou que 8 de Janeiro “não foi algo banal após almoço de domingo”

A ministra do STF, ao apresentar seu voto, recordou os atos antidemocráticos e afirmou que tais ataques “deveriam ser respondidos no âmbito penal”.

11/09/2025 15:03

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Cármen Lúcia afirmou que 8 de Janeiro “não foi algo banal após almoço de domingo”
(Imagem de reprodução da internet).

A ministra Cármen Lúcia, do STF, declarou que os atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023 não foram “acontecimentos banais”.

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O dia 8 de janeiro de 2023 não foi um evento comum, após um almoço de domingo, quando as pessoas saíram para passear. O inédito e infame conjunto de ocorrências que se estenderam ao longo de um ano e meio, para incitar e provocar com diversas práticas criminosas, culminando no vandalismo, deveria ter uma resposta no âmbito penal, declarou a ministra.

Votações

O relator do caso, Alexandre Moraes, votou pela condenação de Bolsonaro e dos demais sete réus. O ministro Flávio Dino acompanhou Moraes e votou pela condenação de todos acusados pelos crimes imputados pela PGR.

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O depoimento de Moraes se estendeu por aproximadamente cinco horas, contendo quase 70 slides com a apresentação do relatório. O ministro estruturou sua fala em 13 tópicos que descreveram, em sequência cronológica, a atuação da organização criminosa no contexto do golpe.

O ministro Luiz Fux votou em terceiro lugar e considerou a condenação por abolição violenta do Estado Democrático de Direito de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente e réu colaborador, e Walter Braga Netto, ex-ministro da Defesa e da Casa Civil do governo de Bolsonaro.

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Fux, após mais de 13 horas, votou pela absolvição total dos demais réus.

  • Jair Bolsonaro, antigo presidente da República.
  • Alexandre Ramagem, deputado federal e antigo diretor-geral da Abin (Agência Brasileira de Inteligência).
  • Almir Garnier, almirante de esquadra que liderou a Marinha durante o governo Bolsonaro.
  • Anderson Torres, antigo ministro da Justiça durante o governo Bolsonaro.
  • Augusto Heleno, antigo ministro do Gabinete de Segurança Institucional de Bolsonaro.
  • Paulo Sérgio Nogueira, general e ex-ministro da Defesa sob o governo Bolsonaro.

A ministra Cármen Lúcia vota na tarde de quinta-feira, podendo garantir a maioria na Corte pela condenação de Bolsonaro. O resultado atual para a condenação do ex-presidente é de 2 a 1. Após ela, Cristiano Zanin (presidente da Primeira Turma) é o último a votar.

Quais os crimes pelos quais os acusados foram denunciados?

Bolsonaro e outros réus respondem na Suprema Corte a acusações em relação a cinco crimes.

  • Grupo criminoso armado.
  • Avanço de tentativas de ruptura da ordem constitucional democrática.
  • Golpe de Estado
  • Dano decorrente de violência e grave ameaça prestidigitadora (com exceção de Ramagem).
  • Degradação de bens tombados (inclusive Ramagem).

A isenção se aplica a Ramagem. Inicialmente, em maio, a Câmara dos Deputados autorizou a suspensão do processo criminal contra o parlamentar. Desta forma, ele responde apenas pelos crimes de organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito e golpe de Estado.

O cronograma do julgamento.

Faltam duas datas para as sessões do julgamento.

  • 11 de setembro, das 14h às 19h.
  • 12 de setembro, sexta-feira, das 9h às 12h e das 14h às 19h.

Fonte por: CNN Brasil

Fluente em quatro idiomas e com experiência em coberturas internacionais, Ricardo Tavares explora o impacto global dos principais acontecimentos. Ele já reportou diretamente de zonas de conflito e acompanha as relações diplomáticas de perto.