Deputado Carlos Zarattini Defende Avanços na Segurança Pública

O deputado federal Carlos Zarattini (PT-SP) destacou que a proposta que institui o Sistema Único de Segurança Pública (Susp) representa um progresso significativo no combate ao crime. Ele enfatizou a importância da “integração entre União, estados e municípios” para promover “atuações conjuntas e inteligência compartilhada” entre as polícias.

“A PEC possibilita uma ampla integração que permite não só atuações conjuntas, mas também ações na área de inteligência, facilitando investigações mais profundas. Isso garante colaboração entre todos os entes, evitando que a polícia estadual não converse com a Polícia Federal”, explicou Zarattini.

Resistência e Retomada do Debate

Segundo o deputado, a proposta enfrentou resistência no Congresso, especialmente de parlamentares de direita, que temiam que isso significasse uma submissão ao governo federal. Contudo, após o massacre no Rio de Janeiro, que resultou em mais de 120 mortes, o tema voltou a ser discutido.

“Esse massacre levou à criação de uma situação em que o presidente da Câmara, Hugo Motta, teve que acelerar o processo. Agora, acredito que o debate avançará na Comissão Especial e será votado rapidamente no plenário”, afirmou.

Riscos de Alterações na Proposta

Zarattini alertou sobre o risco de que a proposta sofra alterações por “bandeiras da extrema direita”, especialmente a tentativa de classificar facções criminosas como organizações terroristas. “Essa classificação visa permitir a atuação de forças estrangeiras no Brasil, especialmente dos Estados Unidos, o que poderia levar à utilização das forças militares brasileiras sob influência norte-americana”, criticou.

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Para o parlamentar, a PEC deve reforçar a cooperação entre as polícias estaduais, não sua subordinação. “Trabalhamos para que a cooperação prevaleça, e não a submissão. Esse é o objetivo que temos buscado com nossas lideranças, incluindo a deputada Adriana Accorsi [PT-GO], que tem atuado fortemente na comissão”, disse.

Críticas ao Modelo de Segurança Atual

Zarattini também comentou sobre a falência do modelo de segurança baseado em confrontos militares, exemplificado pelas operações no Rio de Janeiro. “Esse entendimento tem causado problemas há décadas. O confronto não resolve, e o tráfico retorna rapidamente.

Precisamos de inteligência e presença do Estado com serviços públicos”, afirmou.

O deputado observou que alguns governadores da direita tentam politizar a segurança pública para competir com o bolsonarismo. “Governadores como Ronaldo Caiado [GO], Cláudio Castro [RJ] e Romeu Zema [MG] querem colocar a segurança no centro do debate político, mas a desigualdade continua sendo o problema central”, destacou.

Defesa da Tramitação da PEC

Zarattini defendeu que o governo federal assegure a tramitação da PEC sem alterações e aprove também o projeto de lei que endurece as penas para facções criminosas, sem adotar a narrativa de terrorismo. “Vamos trabalhar para evitar qualquer tentativa de classificar facções criminosas como terroristas, pois isso fere nossa soberania”, concluiu.