Depoimento de Empresário na CPI do INSS Revela Esquema de Descontos Ilegais
Na segunda-feira, a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do INSS ouviu Carlos Roberto Ferreira Lopes, presidente da Conafer (Confederação Nacional dos Agricultores Familiares e Empreendedores Familiares Rurais), em meio a investigações da Polícia Federal sobre possíveis descontos ilegais de aposentados.
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O deputado Alfredo Gaspar (União-AL), relator da CPI, questionou Lopes sobre o repasse de R$ 130 milhões para Cícero Marcelino, apontado como operador dos descontos irregulares. Lopes justificou que Marcelino era um fornecedor de bens e serviços da entidade há 15 anos, sem fornecer detalhes específicos.
Gaspar enfatizou que a Conafer participou ativamente do esquema, citando os 71 mil processos judiciais que indicam a prática de descontos não autorizados. O relator destacou que a CPI está investigando um possível crime de lavagem de dinheiro e formação de organização criminosa.
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Comparação com Investigado Preso
O deputado Gaspar também comparou Lopes com Maurício Camisotti, empresário preso e investigado como beneficiário das fraudes. Ele afirmou que a Conafer desviou mais de R$ 800 milhões, e que o repasse de R$ 140 milhões para o assessor Cícero Marcelino é um indicativo de irregularidade.
Gaspar criticou o tempo curto da investigação, mas ressaltou a importância de apurar se houve lavagem de dinheiro e formação de organização criminosa.
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Impacto Financeiro e Denúncias
A CPI apontou um aumento significativo no faturamento da Conafer, que saltou de R$ 6,6 milhões para mais de R$ 40 milhões durante o período em que os descontos suspeitos se intensificaram. O INSS recebeu um ofício em junho de 2022 relatando os descontos não autorizados.
A Conafer informou que está revisando seus cadastros de associados, e que tem restituído os inativos que reclamaram da prestação de serviço. A entidade se define como de terceiro grau, com a federação e os sindicatos em níveis superiores na relação com os aposentados.
Investigação em Andamento
A investigação da Polícia Federal e a reportagem do Jornal Nacional, veiculada em maio, revelaram que uma testemunha-chave informou à Polícia Civil, em 2021, que a Conafer adulterou documentos para retirar dinheiro de aposentados.
