O papa Francisco irá canonizar no domingo 7 o primeiro santo millennial, o italiano Carlo Acutis, o “influenciador de Deus”, que dedicou grande parte de sua vida curta a divulgar a fé católica na internet.

Na celebração, que começará às 10h00 (5h00 de Brasília) na Praça de São Pedro, o líder da Igreja Católica também canonizará outro jovem italiano falecido, o estudante Pier Giorgio Frassati (1901-1925), um apaixonado pelo alpinismo, conhecido por seu compromisso social e espiritual.

A canonização de Acutis, que faleceu aos 15 anos, vítima de leucemia, em 2006, deveria ter ocorrido em 27 de abril, mas necessitou ser adiada em razão da morte do papa Francisco.

Acutis promovia a evangelização online e desenvolveu uma exposição digital sobre os milagres eucarísticos, sendo assim reconhecido como “padroeiro da internet”, “influenciador de Deus” ou “ciberapóstolo”.

Acutis, nascido em Londres em 1991 em uma família italiana rica e com pouca prática do catolicismo, cresceu em Milão e manifestou desde cedo seu intenso fervor religioso.

Leia também:

Reino Unido impõe 90 novas sanções à infraestrutura petrolífera da Rússia e terminais na China

Venezuela denuncia EUA por facilitar narcotráfico no Caribe e ignora o Pacífico

Cortes de financiamento podem deixar 13,7 milhões em fome extrema, alerta PMA sobre Haiti, Somália e Sudão

Foi beatificado em 2020, e o Vaticano relaciona dois milagres à vida de Acutis, que o habilitam à canonização: a recuperação de uma criança brasileira com uma rara malformação do pâncreas e a recuperação de uma estudante costarriquenha que sofreu um grave ferimento em um acidente.

As famílias, em ambos os casos, pediram a intervenção do adolescente.

Em Assis, local onde o túmulo de Carlo Acutis recebe anualmente centenas de milhares de peregrinos e visitantes, a diocese instalou toldos para acompanhar a celebração e alugou um trem especial que transportará mais de 800 pessoas a Roma.

Verso Alto

A canonização, que sucede à beatificação, é o resultado de um processo longo e minucioso e só pode ser aprovada pelo papa.

O processo demanda três requisitos: ter falecido há pelo menos cinco anos, ter levado uma vida cristã exemplar e ter realizado pelo menos dois milagres, um deles após a beatificação.

A decisão é objeto de um “processo”, uma investigação conduzida no Vaticano pelo Dicastério para as Causas dos Santos, na qual especialistas como médicos e teólogos avaliam se ocorreram milagres, que costumam ser curas sem uma explicação científica.

A canonização do jovem Carlo Acutis ocorreu de forma notavelmente acelerada, um fato atípico.

O caso de Pier Giorgio Frassati, que também será canonizado no domingo, foi mais demorado: ele morreu há 100 anos. Nasceu em Turim, em uma família burguesa, e rompeu com a trajetória de seu pai, senador e fundador do jornal La Stampa, para se dedicar aos pobres e doentes de sua cidade.

O aluno de Engenharia, atleta, dedicado às montanhas e integrante da Ação Católica, expressava seu ideal no lema “Em direção ao alto”.

Faleceu aos 24 anos por causa da poliomielite, tornando-se um exemplo de caridade para a Igreja Católica.

Após mais de 30 anos de sua beatificação por João Paulo II em 1990, o Vaticano reconheceu um segundo milagre no final de 2024: a inexplicável cura de um jovem americano em coma.

A canonização, a primeira ordenada pelo papa Leão XIV desde sua eleição em maio, acontece no plenário do Jubileu, o “Ano Santo” da Igreja Católica, para o qual Roma já recebeu mais de 24 milhões de pessoas, de acordo com o Vaticano.

Fonte por: Carta Capital