Candidato líder em pesquisas anuncia transformação do modelo de governo de esquerda na Bolívia

Doria Medina, com 66 anos, é um dos empresários mais ricos do Brasil; ele se autodefine como social-democrata e ocupa a primeira posição nas intenções d…

16/07/2025 0:07

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Bolivia's presidential candidate for Alianza Unidad coalition Samuel Doria Medina speaks during an interview with AFP in La Paz on July 14, 2025. Doria Medina, 66, is one of the richest businessmen in the South American country. He defines himself as a social democrat and leads the preferences for the August 17, 2025 elections, according to a survey by the consulting firm Ipsos-Ciesmori. (Photo by Aizar RALDES / AFP)
Bolivia's presidential candidate for Alianza Unidad coalition Sa...

Com um mês das eleições na Bolívia, o empresário de centro-direita Samuel Doria Medina é o favorito nas pesquisas e promete mudar o modelo econômico de esquerda defendido por 20 anos pelo governante Movimento ao Socialismo (MAS). Doria Medina, de 66 anos, é um dos empresários mais ricos do país. Ele se define como social-democrata e lidera as preferências para as eleições de 17 de agosto com 18,7%, segundo uma recente pesquisa da consultoria Ipsos-Ciesmori.

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Iniciará-se uma nova fase em que o mais importante será recuperar a estabilidade econômica e, em seguida, poder realizar uma série de mudanças profundas para romper com o estancamento e ter uma economia capitalista, de mercado, competitiva e aberta ao mundo, declarou o candidato da Aliança Unidade em entrevista à AFP.

A principal preocupação dos bolivianos atualmente é a crise econômica, decorrente da escassez de dólares e do excesso de gastos públicos. Os protestos sociais responsabilizam o presidente Luis Arce, ex-ministro da Economia do ex-presidente Evo Morales, pelo principal motivo.

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A Bolívia quase esgotou suas reservas de moeda estrangeira devido a uma política de subsídios aos combustíveis, que são importados a preços internacionais e comercializados com perdas no mercado interno. A inflação aumentou significativamente, atingindo 23,9% em junho, em relação ao ano anterior, o patamar mais elevado desde 2008.

Apesar de o governo declarar que não reduzirá os subsídios para impedir um acúmulo ainda maior da inflação, Doria Medina promete sua eliminação para economizar dólares nos primeiros 100 dias de um possível governo. Ele alega não temer um impacto econômico. “Essa sacudida já ocorreu (…),” afirmou ele, referindo-se ao aumento dos preços dos alimentos.

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O candidato também promete eliminar as “travas” da Constituição de 2009, promovida pelo ex-presidente Evo Morales, para possibilitar que o investimento estrangeiro possa explorar com maior liberdade os recursos naturais da Bolívia. “Estamos testemunhando o fim de uma etapa que durou 20 anos. Houve avanços em inclusão, mas infelizmente foi aplicado um modelo equivocado”, concluiu.

Morales chegou ao poder em 2006 com políticas estatizantes que foram continuadas em 2020 por seu ex-ministro Luis Arce.

Doria Medina é alvo de atenção nas pesquisas por Jorge Quiroga, que registra 18,1% das intenções de voto. Um conjunto de candidatos de esquerda, associado ao governo MAS, arca com as consequências políticas de um modelo econômico, conforme afirma Doria Medina, que considera exaurido.

Os três candidatos ligados ao MAS estão distantes da liderança nas pesquisas: o presidente do Senado, Andrés Rodríguez (11,8%); o ex-ministro de Governo, Eduardo del Castillo (2,3%); e a prefeita da cidade de El Alto, Eva Copa (0,6%).

Com informações da AFP

Publicado por Nótaly Tenório

Fonte por: Jovem Pan

Fluente em quatro idiomas e com experiência em coberturas internacionais, Ricardo Tavares explora o impacto global dos principais acontecimentos. Ele já reportou diretamente de zonas de conflito e acompanha as relações diplomáticas de perto.