As câmeras corporais dos policiais militares envolvidos na morte de Igor Oliveira de Moraes não foram acionadas por eles, mas sim por outro agente próximo à ocorrência, conforme relato de uma fonte da PM à CNN.
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Ao ativar o dispositivo, as câmeras corporais próximas, dentro de um raio de 20 metros, seriam ativadas via bluetooth e gravaria 1 minuto e 30 segundos, registrando todo o conteúdo.
A suspeita é que os PMS pensavam que os equipamentos não estavam registrando durante a execução.
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Nas imagens, que ilustram toda a ação, é possível ouvir os PMs mencionarem as COP, as “COP”, fazendo referência às câmeras corporais dos agentes.
A polícia utilizava o modelo mais recente de câmeras corporais, implementado pela PM, recentemente. A nova tecnologia possibilita a gravação intencional, ou seja, o PM deve ativar o equipamento. O disparo também pode ser remoto, realizado pelo Copom, em situações específicas.
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Os agentes dispararam contra um indivíduo imobilizado, com as mãos na cabeça.
O vídeo, com acesso da CNN, registra a entrada dos agentes na residência. Inicialmente, o PM abre a porta e Igor Oliveira de Moraes Santos aparece atrás da cama com as duas mãos na cabeça. O PM que estava no cômodo atira duas vezes. Igor se abaixa e os tiros atingem a parede.
Em seguida, o policial militar entra no quarto e ordena que o suspeito se levante. Igor aparece na imagem com a mão para cima e, ao se levantar, o agente atira contra ele. Em seguida, outro militar também dispara, atingindo o suspeito que cai no chão.
Robson Noguchi de Lima e Renato Torquatto da Cruz, os policiais que dispararam, foram presos em flagrante, após a análise das imagens. A Polícia Militar informou que as imagens demonstraram que a abordagem “não estava dentro dos padrões, dentro das excludentes de licitude”.
O coronel Emerson Massera, chefe de comunicação da PM de São Paulo, declarou que houve falha na conduta dos policiais. “Quando há erro, a gente corrige. Nossa instituição tem o compromisso com o acerto. Assim que verificamos que os policiais não agiram dentro das excludentes de ilicitude, foram autuados”, afirmou.
No último sábado (12), o governador do estado, Tarcísio de Freitas (Republicanos), também comentou o caso. “Com análise das câmaras, a gente viu que houve desvio (de conduta). Os dois policiais vão ser indiciados por homicídio doloso, vão ser apresentados à justiça e vão responder pelo crime que cometeram. E vai ser assim sempre”, afirmou o governador.
Revisar o ocorrido.
A comunidade de Paraisópolis, na zona sul de São Paulo, enfrentou uma noite de caos na quinta-feira (10) após uma operação da Polícia Militar que resultou na morte de dois homens e na prisão de outros três suspeitos.
Vídeos registraram ruas ocupadas por manifestantes, veículos destruídos e queimados, objetos carbonizados e o trânsito interrompido. Em meio ao caos, moradores bloquearam ruas, incendiaram objetos e lançaram fogos de artifício.
Fonte por: CNN Brasil