Câmeras corporais estavam inativas durante a operação em São Paulo

Agentes foram vistos disparando contra um homem imobilizado; ocorrência ocorreu em operação na comunidade de Paraisópolis.

15/07/2025 16:31

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Câmeras corporais estavam inativas durante a operação em São Paulo
(Imagem de reprodução da internet).

As câmeras corporais dos policiais militares envolvidos na morte de Igor Oliveira de Moraes não foram acionadas por eles, mas sim por outro agente próximo à ocorrência, conforme relato de uma fonte da PM à CNN.

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Ao ativar o dispositivo, as câmeras corporais próximas, dentro de um raio de 20 metros, seriam ativadas via bluetooth e gravaria 1 minuto e 30 segundos, registrando todo o conteúdo.

A suspeita é que os PMS pensavam que os equipamentos não estavam registrando durante a execução.

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Nas imagens, que ilustram toda a ação, é possível ouvir os PMs mencionarem as COP, as “COP”, fazendo referência às câmeras corporais dos agentes.

A polícia utilizava o modelo mais recente de câmeras corporais, implementado pela PM, recentemente. A nova tecnologia possibilita a gravação intencional, ou seja, o PM deve ativar o equipamento. O disparo também pode ser remoto, realizado pelo Copom, em situações específicas.

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Os agentes dispararam contra um indivíduo imobilizado, com as mãos na cabeça.

O vídeo, com acesso da CNN, registra a entrada dos agentes na residência. Inicialmente, o PM abre a porta e Igor Oliveira de Moraes Santos aparece atrás da cama com as duas mãos na cabeça. O PM que estava no cômodo atira duas vezes. Igor se abaixa e os tiros atingem a parede.

Em seguida, o policial militar entra no quarto e ordena que o suspeito se levante. Igor aparece na imagem com a mão para cima e, ao se levantar, o agente atira contra ele. Em seguida, outro militar também dispara, atingindo o suspeito que cai no chão.

Robson Noguchi de Lima e Renato Torquatto da Cruz, os policiais que dispararam, foram presos em flagrante, após a análise das imagens. A Polícia Militar informou que as imagens demonstraram que a abordagem “não estava dentro dos padrões, dentro das excludentes de licitude”.

O coronel Emerson Massera, chefe de comunicação da PM de São Paulo, declarou que houve falha na conduta dos policiais. “Quando há erro, a gente corrige. Nossa instituição tem o compromisso com o acerto. Assim que verificamos que os policiais não agiram dentro das excludentes de ilicitude, foram autuados”, afirmou.

No último sábado (12), o governador do estado, Tarcísio de Freitas (Republicanos), também comentou o caso. “Com análise das câmaras, a gente viu que houve desvio (de conduta). Os dois policiais vão ser indiciados por homicídio doloso, vão ser apresentados à justiça e vão responder pelo crime que cometeram. E vai ser assim sempre”, afirmou o governador.

Revisar o ocorrido.

A comunidade de Paraisópolis, na zona sul de São Paulo, enfrentou uma noite de caos na quinta-feira (10) após uma operação da Polícia Militar que resultou na morte de dois homens e na prisão de outros três suspeitos.

Vídeos registraram ruas ocupadas por manifestantes, veículos destruídos e queimados, objetos carbonizados e o trânsito interrompido. Em meio ao caos, moradores bloquearam ruas, incendiaram objetos e lançaram fogos de artifício.

Fonte por: CNN Brasil

Marcos Oliveira é um veterano na cobertura política, com mais de 15 anos de atuação em veículos renomados. Formado pela Universidade de Brasília, ele se especializou em análise política e jornalismo investigativo. Marcos é reconhecido por suas reportagens incisivas e comprometidas com a verdade.