Câmara Suspende Resolução do Conanda sobre Aborto em Vítimas de Violência
Câmara suspende resolução do Conanda sobre aborto em casos de violência. Projeto de lei busca limitar autonomia do Conanda em casos de violência sexual.
Aprovada Suspensão da Resolução do Conanda na Câmara
Na 4ª feira, 5.nov.2025, a Câmara dos Deputados aprovou um projeto de decreto legislativo (PDL) que suspende uma resolução do Conselho Nacional da Criança e do Adolescente (Conanda) relacionada a diretrizes para o aborto legal de crianças e adolescentes vítimas de violência sexual.
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A votação final foi de 317 votos a favor da suspensão, 111 votos contra e uma abstenção, com 83 deputados ausentes na sessão. O projeto agora segue para análise no Senado.
Detalhes da Aprovação e Argumentos
O PDL, de autoria da deputada do PL-RJ e com parecer favorável do relator, deputado do PSD-CE, busca limitar a autonomia do Conanda na definição de procedimentos para casos de violência sexual. Os autores do projeto argumentam que a resolução do Conanda, ao dispensar a apresentação de boletim de ocorrência policial, autorização judicial e consentimento dos responsáveis, cria uma situação que efetivamente autoriza o aborto, mesmo em casos que representam risco ou impedimento ao procedimento ou à proteção da vítima.
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Contexto Legal e Hipóteses de Aborto
A legislação brasileira já estabelece três hipóteses para a permissão do aborto: em casos de estupro; quando há risco de vida para a gestante; e quando o feto é anencéfalo. A resolução do Conanda, publicada em janeiro de 2025, não introduz novas hipóteses, mas oferece orientações sobre o procedimento de aborto em casos envolvendo menores de idade.
O objetivo é reforçar a possibilidade de interrupção da gestação em situações já autorizadas pela legislação.
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Debate e Controvérsias no Plenário
O debate no Plenário da Câmara foi marcado por opiniões divergentes. O líder do PL, deputado (RJ), defendeu que o Conanda não tem o direito de legislar sobre aborto. Já a deputada (MDB-RJ) criticou a resolução por viabilizar o aborto sem autorização dos pais ou exame de corpo de delito.
A deputada do PC do B-RJ, por sua vez, defendeu a possibilidade de nem sempre o representante legal ter de autorizar o procedimento, considerando que em “uma grande maioria dos casos” o estuprador é o pai biológico ou adotivo ou outro familiar. O secretário da Primeira Infância, Infância, Adolescência e Juventude da Câmara, deputado José Airton Félix Cirilo (PT-CE), criticou a politização do tema, destacando a realidade de violência contra crianças no Brasil.
Questões sobre o Boletim de Ocorrência
A discussão sobre a exigência do boletim de ocorrência também foi central. A deputada (PL-DF) argumentou que a liberação do boletim favorece o estuprador, enquanto a deputada do Psol-RS defendeu que as leis da escuta protegida e do minuto seguinte já dispensam o boletim para realização de aborto em caso de estupro, tornando a exigência do Conanda um obstáculo ao acesso ao aborto legal.
Autor(a):
Lara Campos
Com formação em Jornalismo e especialização em Saúde Pública, Lara Campos é a voz por trás de matérias que descomplicam temas médicos e promovem o bem-estar. Ela colabora com especialistas para garantir informações confiáveis e práticas para os leitores.












