A Câmara dos Deputados aprova o novo Plano Nacional de Educação, focando na qualidade e equidade, agora segue para o Senado para ajustes essenciais nas metas
A Câmara dos Deputados aprovou na quarta-feira (10) o substitutivo do novo Plano Nacional de Educação (PNE), resultando em um texto mais robusto que poderá direcionar a educação brasileira na próxima década. O projeto agora segue para o Senado Federal, onde a atenção se volta para a necessidade de ajustes, especialmente nas metas de aprendizagem para os anos finais do Ensino Fundamental e Ensino Médio.
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O texto aprovado na Câmara excluiu temas não regulamentados, como a Educação Domiciliar, e incorporou avanços significativos. Em nota, uma ONG destacou quatro pontos importantes do novo PNE.
O novo PNE intensifica o foco na qualidade educacional, estabelecendo metas para percentuais de estudantes com aprendizagem adequada em cada etapa. Um avanço crucial é a previsão de que todos os estudantes alcancem o nível básico de aprendizagem, reforçando o direito à educação de qualidade e buscando a redução das desigualdades.
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No entanto, a tramitação no Senado será essencial para ajustar as metas 5.b e 5.d, que se referem aos Anos Finais e Ensino Médio. Especialistas afirmam que essas metas ainda estão “absolutamente descoladas da realidade” em relação ao cenário atual e histórico da aprendizagem no país.
A proposta é encontrar um equilíbrio entre ambição e viabilidade, garantindo parâmetros realistas para orientar políticas públicas eficazes.
A equidade é um princípio central do PNE, com metas específicas voltadas para a redução das desigualdades em acesso, aprendizagem e conclusão entre diferentes grupos sociais, além de objetivos para diversas modalidades de ensino. Esse foco na equidade é considerado um dos principais pontos positivos do projeto, reconhecendo que a educação de qualidade deve ser universal.
O texto aprovado fortalece o PNE como um instrumento de gestão, aprimorando o monitoramento, a colaboração e a governança. O Inep será responsável por elaborar projeções das metas nacionais e por ente federativo, além de promover o trabalho colaborativo entre estados e municípios para a divulgação de informações.
A instituição de Planos de Ações Educacionais (PAEs) bienais para a União, estados, Distrito Federal e municípios, com alocação de recursos vinculados às metas e prestação de contas, é vista como um mecanismo positivo para a efetividade do plano.
O projeto também demonstra alinhamento com o recém-aprovado Sistema Nacional de Educação (SNE), consolidando sua coerência institucional.
A Câmara decidiu não incluir a Educação Domiciliar (Homeschooling) no PNE. Essa decisão é celebrada por especialistas que defendem o papel fundamental da escola na formação e socialização de crianças e jovens, além de apontar as limitações estruturais do país para um monitoramento adequado dessa modalidade.
A aprovação sem destaques demonstra o compromisso do Congresso em manter o PNE focado nas agendas estruturantes para garantir o direito à educação.
Com a aprovação na Câmara, o projeto agora segue para o Senado Federal, onde será submetido a uma série de ajustes, especialmente nas metas de aprendizagem. O desafio, segundo especialistas, é encontrar um equilíbrio entre a ambição de transformar o cenário educacional e a realidade de sua implementação.
O Senado Federal terá a responsabilidade de debater o projeto e consolidar os avanços que o novo PNE representa. Uma tramitação ágil e responsável permitirá que o país tenha um novo Plano Nacional de Educação que seja ambicioso e viável, apontando na direção correta para uma década de avanços em qualidade e equidade educacional.
Autor(a):
Gabriel é economista e jornalista, trazendo análises claras sobre mercados financeiros, empreendedorismo e políticas econômicas. Sua habilidade de prever tendências e explicar dados complexos o torna referência para quem busca entender o mundo dos negócios.