A Califórnia pode suspender vendas da Tesla por 30 dias após polêmica sobre o termo “Autopilot”. O DMV destaca que os veículos não são totalmente autônomos.
A Califórnia está considerando a proibição da venda de veículos da Tesla no estado por um período de 30 dias. Isso ocorre após um órgão regulador afirmar que o uso do termo “Autopilot” para o sistema de assistência ao motorista da empresa é enganoso.
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O Departamento de Veículos Motorizados da Califórnia (DMV) poderia ter suspendido as vendas imediatamente, conforme uma decisão anterior de um juiz administrativo.
Entretanto, na terça-feira (16), o DMV anunciou que suspenderá a medida por 90 dias para permitir a continuidade das negociações com a fabricante de veículos elétricos. Em comunicado, o DMV destacou que os veículos da Tesla não atendem à promessa implícita pelo termo “Autopilot”, uma vez que não operam como veículos totalmente autônomos.
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O DMV havia movido uma ação contra a Tesla em 2023, contestando o uso do termo “Autopilot”, mas as partes não chegaram a um consenso. Agora, a Tesla pode precisar de uma intervenção judicial para impedir a ação. Steve Gordon, diretor do DMV, afirmou que a empresa pode adotar medidas simples para resolver a questão de forma definitiva.
A Tesla e seu CEO, Elon Musk, frequentemente fazem declarações ousadas sobre as capacidades dos veículos da marca, o que contribui para o aumento das vendas e do valor das ações. Contudo, a montadora também alerta que os motoristas devem estar atentos e prontos para assumir o controle do carro, mesmo ao utilizar os recursos de assistência.
Na terça-feira (16), a Tesla criticou a ação do DMV, afirmando que a ordem de “proteção ao consumidor” foi desnecessária, já que nenhum cliente havia relatado problemas. A empresa garantiu que as vendas na Califórnia continuarão sem interrupções. À medida que o processo avançava, a Tesla alterou o nome de seu recurso de “Condução Autônoma Total” para “Condução Autônoma Total (Supervisionada)”, embora Musk e os entusiastas ainda o chamem de “FSD” (do inglês “Full Self-Driving”).
O modo “Autopilot” oferece funções de assistência ao motorista, como frenagem automática e alertas de ponto cego. O FSD, mesmo na versão supervisionada, deve ser capaz de dirigir o carro, embora o motorista precise estar alerta.
O DMV não é o único a questionar a segurança dos veículos autônomos da Tesla. Órgãos reguladores federais já iniciaram investigações sobre acidentes envolvendo motoristas que utilizavam esses recursos. Em agosto, um júri na Flórida considerou a Tesla responsável por um acidente de 2019 com um Model S equipado com “Autopilot”, resultando em uma indenização de US$ 329 milhões à família da vítima e a um sobrevivente.
A Tesla está recorrendo da decisão. A Califórnia é um mercado crucial para a empresa, abrigando uma de suas fábricas nos EUA. Na terça-feira (16), as ações da Tesla fecharam em alta recorde, com um aumento de 3% no dia e 21% no ano. No entanto, na quarta-feira (17), por volta das 16h20, os papéis apresentavam uma queda superior a 4%.
Autor(a):
Gabriel é economista e jornalista, trazendo análises claras sobre mercados financeiros, empreendedorismo e políticas econômicas. Sua habilidade de prever tendências e explicar dados complexos o torna referência para quem busca entender o mundo dos negócios.