Café se torna mais acessível devido à alta dos preços do dólar? Especialistas opinam
A alteração está ligada à otimização da previsão de colheitas, ao incremento nos valores no futuro e ao padrão de atuação de fundos.

O preço do café moído apresentou queda no Brasil, a primeira em um ano e meio. Dados do IPCA, divulgados na terça-feira (12), indicam uma redução superior a 1% em julho.
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A respiração é importante. Desta forma, no período, o produto apresenta um crescimento de 41,46%. Em doze meses, a variação é ainda mais expressiva: 70,51%.
Considerando os produtos listados no Índice do IBGE, o valor do grão foi, sem dúvida, o que mais aumentou nesse período.
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A notícia é positiva para dependentes de cafeína em todo o país, no entanto, do ponto de vista oposto, a situação é distinta. A queda no IPCA ocorre em um momento crítico para a indústria, que não foi incluída na lista de isenções da taxa de 50% divulgada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, no início de agosto.
Especialistas concordaram, em resposta à CNN, que as tarifas não apresentaram impacto ainda no dado do IBGE.
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Aumento da produção agrícola.
Os dados são de julho, e a reajuste tarifário teve início em 6 de agosto.
Pavel Cardoso, presidente da Abic (Associação Brasileira da Indústria de Café), também esclarece que já havia uma previsão de recuperação nas colheitas brasileiras de café arábica e robusta no primeiro período.
Aumento da produtividade – que significa maior quantidade de café por área cultivada – ocasionou uma redução no preço pago aos produtores a partir de abril. No entanto, para que essa variação se reflita no consumidor, é necessário colher, secar, beneficiar, torrar, embalar e transportar o café até as prateleiras.
Normalmente, o processo leva em torno de três a quatro meses. Assim, observamos uma queda agora, complementa Matheus Pestanha, economista do FGV/Ibre.
Adicionalmente, vários fundos não-comerciais (os mesmos que impulsionaram esse mercado no ano passado, gerando as altas porcentagens mencionadas anteriormente) deixaram o mercado, surpresos com a projeção otimista.
Felippe Serigatti, coordenador do Mestrado Profissional em Agronegócio do FGV Agro, explica: sempre há um lado financeiro que impacta diretamente a cotação de preço.
Os fundos apostam a favor ou contra a commodity. Quando acreditam que o preço vai subir, fazem uma posição comprada. Quando entendem que vai cair, desfazem essa posição. Isso contribui para a formação de preço, pois a entrada do fundo eleva os valores, e a saída ajuda a cair, afirma.
Os investidores, que acreditavam na valorização do ativo, reconsideraram sua estratégia.
Peixanha também atribui a queda, naturalmente, ao nível de preços atual. Com o preço tão elevado, há uma retração na demanda. É aquilo: quando a busca por um produto diminui e a oferta permanece a mesma, o preço tende a cair.
Ele aponta que estes são os principais componentes para o índice IPCA.
Talvez, no futuro.
Quanto às tarifas de 50% para os Estados Unidos, os especialistas apresentam diferentes opiniões sobre seu impacto. Cardoso, da Abic, ainda demonstra otimismo em relação a uma renegociação das tarifas, abrangendo o café e os 694 produtos cujos embarques para o país vizinho foram tributados com uma alíquota de apenas 10%.
Caso ocorra a manutenção, ele acredita que haverá uma desestabilização em toda a cadeia de suprimentos mundial.
O especialista propõe que a indústria americana busque o mercado vietnamita, que já possui rotas comerciais estabelecidas. Isso gerará um desequilíbrio nos acordos já existentes. Adicionalmente, os países da América Central, como a Colômbia, por exemplo, atualmente exportam volumes significativos para os Estados Unidos.
Isso tende a elevar os preços no futuro ou gerar maior volatilidade, segundo eles.
Adicionalmente, observamos que o cenário atual se caracteriza por níveis de estoque, tanto nos países produtores quanto nos consumidores, historicamente baixos. Contudo, estimamos que a produção de 2025 será significativamente inferior à de 2024.
Matheus Peçanha, por sua vez, destaca outro fator relevante: a China. O consumo de café no país aumentou significativamente nos últimos 10 anos, e o Brasil tem se tornado um importante exportador para lá.
No entanto, é improvável que haja compensação no mercado norte-americano: enquanto os EUA receberam 8 milhões de sacas a partir deste país em 2024, a China adquiriu menos de 1 milhão.
O país não atenderá integralmente, porém poderá absorver uma parcela da demanda. Ou, ainda, realizar a triangulação: adquirir o café em grãos, industrializá-lo, aplicar uma marca chinesa e vendê-lo aos Estados Unidos, afirma o especialista do Ibre.
Isso reduziria a produção e não criaria um excesso de oferta aqui.
A depender do desenvolvimento das colheitas, Peçanha acredita que o preço poderá, de fato, ser afetado no Brasil: em baixa. Contudo, trata-se de uma previsão especulativa.
A produção varia conforme o clima, a qualidade do solo e a incidência de pragas.
Elementos naturais, assim sendo. Algo que nenhum produtor, consumidor ou fundo influencia.
Serigatti acredita que a queda nos preços deve, de fato, persistir. Ele conclui com uma comparação: em maio deste ano, as granjas do sul do país foram afetadas por um surto de gripe aviária, que resultou na morte de milhares de aves e interrompeu as exportações brasileiras do produto para mais de 20 destinos.
O bloqueio foi significativo, muito superior à taxa. Alguém verificou o custo do frango mais em conta? Se alguém tiver observado, informe ao IBGE, embora seja uma brincadeira.
Assim, o efeito ascendente ou descendente não deve causar grande impacto no orçamento do consumidor.
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Fonte por: CNN Brasil
Autor(a):
Redação Clique Fatos
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