Café Robusta ganha destaque no Brasil com inovações e valorização de qualidade em 2025
A transformação do Café Robusta no Brasil ganha destaque com expresso inovador em São Paulo, revelando qualidade e novas oportunidades para produtores.
Transformação do Café Robusta no Brasil
Em uma sofisticada cafeteria na famosa rua Oscar Freire, em São Paulo, um barista prepara um expresso inovador. Com uma textura cremosa e aroma de nibs de cacau, essa bebida se destaca por não ter a acidez típica dos cafés feitos com grãos de arábica.
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O expresso premium é elaborado com 100% de grãos robusta, que anteriormente eram considerados um ingrediente de menor valor, mais utilizado em cafés solúveis. Marco Kerkmeester, cofundador da rede Santo Grão, comenta sobre a bebida, chamada de forma bem-humorada de “0% arábica”, ressaltando sua crema excepcional e notas achocolatadas.
Desafios e Oportunidades para o Café Arábica
Com as mudanças climáticas ameaçando a produção de arábica, os produtores brasileiros de robusta estão investindo em novas técnicas de colheita e secagem para garantir grãos de alta qualidade. O Brasil, que é o segundo maior produtor mundial de robusta, enfrenta desafios, já que um estudo de 2022 indicou que mais de 75% das melhores terras para o cultivo de arábica podem se tornar inadequadas até 2050 devido ao aumento das temperaturas e à seca.
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Além disso, em meio a tensões comerciais e eventos climáticos extremos, os grãos de robusta premium oferecem uma alternativa para os torrefadores, permitindo a redução dos custos em blends de espresso que utilizam arábica, que é mais caro. Lucas Venturim, um cafeicultor do Espírito Santo, destaca a importância de produzir robusta de qualidade, seguindo o exemplo de seu pai, que sempre acreditou no potencial do conilon.
Novos Padrões na Avaliação de Cafés
A Specialty Coffee Association (SCA) revisou seu curso de avaliação para incluir tanto grãos de arábica quanto de robusta, permitindo que avaliadores reconheçam e premiem cafés de alta qualidade independentemente da espécie. Kim Ionescu, diretora da SCA, observa a crescente demanda por robusta premium no Sudeste Asiático, indicando que a espécie não deve ser o único critério para definir a qualidade do café.
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Em 2026, a SCA planeja atualizar o léxico de descritores de sabor para incluir atributos da robusta de alta qualidade, como especiarias aromáticas. Marcas como a Nguyen Coffee Supply, que oferece robusta de qualidade do Vietnã, já estão se destacando nos Estados Unidos, enquanto cafeterias em várias cidades europeias estão valorizando as qualidades da robusta.
Inovações na Produção de Robusta
A transformação no Espírito Santo, que concentra a maior parte da produção brasileira de robusta, está focada na qualidade. O estado pretende aumentar a produção de robusta especial para 1,5 milhão de sacas de 60 kg anualmente até 2032, um grande salto em relação às 10 mil sacas atuais.
José Roberto Gonçalves, da Cooabriel, destaca a importância de adotar melhores práticas pós-colheita, comuns entre os produtores de arábica.
A Cooabriel tem promovido a utilização de secadores modernos e práticas de seleção cuidadosas, em contraste com métodos que podem prejudicar o sabor. Especialistas relataram um aumento no número de produtores de robusta buscando certificações de café especial, refletindo uma mudança na percepção sobre a qualidade do conilon.
Reconhecimento e Valorização do Robusta
A crescente qualidade do robusta brasileiro resultou em uma demanda maior e preços mais altos. Márcio Ferreira, presidente do Cecafé, informou que o preço médio por saca de robusta diferenciada ultrapassou US$ 295 até outubro de 2025, mais que o dobro do preço médio de 2021.
Essa melhoria na qualidade permite que torrefadoras aumentem a proporção de robusta em seus blends, destacando suas qualidades.
Jordan Hooper, da Sucafina, observa que o robusta especial não busca competir diretamente com o arábica, mas sim se afirmar como uma opção interessante por si só. Natalia Ramos Braga, barista da Santo Grão, ressalta que o Brasil é um terreno fértil para a evolução dos gostos, com consumidores preferindo cafés mais encorpados e amargos, características que o robusta pode oferecer.
Autor(a):
Ana Carolina Braga
Ana Carolina é engenheira de software e jornalista especializada em tecnologia. Ela traduz conceitos complexos em conteúdos acessíveis e instigantes. Ana também cobre tendências em startups, inteligência artificial e segurança cibernética, unindo seu amor pela escrita e pelo mundo digital.












