A Justiça Federal admitiu, na segunda-feira (21), o inquérito apresentado pela Promotoria Federal e formalizou a acusação contra Ruben Dario Villar, apelidado de “Colômbia”, por ter ordenado o assassinato do jornalista Dom Phillips e do indigenista Bruno Pereira.

O denunciante é o procurador da República Guilherme Diego Rodrigues Leal, com o apoio do Grupo de Apoio ao Tribunal do Júri (GATJ), que apresentou a denúncia ao juízo da Subseção Judiciária Federal de Tabatinga, onde o processo está em tramitação.

A acusação do Ministério Público Federal aponta que Amarildo da Costa Oliveira, Jefferson da Silva Lima e Oseney da Costa de Oliveira agiram sob a direção da Colômbia, executando um ataque para assassinar Bruno da Cunha Pereira e, posteriormente, Dominic Mark Phillips, nacionalidade britânica.

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O jornalista foi assassinado com a intenção de encobrir a impunidade do outro homicídio, e ambos os crimes ocorreram por razões fortuitas, conforme apurado pelo Ministério Público Federal. As investigações revelaram que a Colômbia liderava uma organização criminosa que almejava o lucro através da caça e pesca ilegais na Terra Indígena do Javari.

Operando de maneira organizada e hierárquica, o acusado fornecia recursos materiais, incluindo embarcações, armamentos e combustível, para as pessoas envolvidas em atividades ilícitas. A Colômbia ainda garantia a aquisição dos produtos ilícitos que eram revendidos em território peruano e colombiano.

A Justiça Federal determinou a quebra do sigilo dos autos, conforme solicitado pelo Ministério Público Federal, para que as informações estejam disponíveis à população.

A instituição informou que, em relação ao processo dos executores do crime, foi feita uma solicitação na última sexta-feira (18) para transferência do julgamento do júri popular para outra localidade. O desejo é que o plenário do Júri seja realizado em Manaus.

Revisar o ocorrido.

Bruno e Dom foram mortos em 5 de junho de 2022, após um ataque, conforme a Polícia Federal, em uma emboscada enquanto estavam navegando de barco na região do Vale do Javari, a segunda maior área indígena do Brasil, que abrange mais de 8,5 milhões de hectares.

Dom Phillips, jornalista do jornal britânico The Guardian, abordava questões ambientais e conflitos envolvendo terras indígenas, além de estar envolvido na produção de um livro sobre a Amazônia.

Bruno Pereira já exercia a função de coordenador da Área de Índios Isolados e Recém Contactados da Funai, porém renunciou ao cargo para atuar com a Univaja (União dos Povos Indígenas do Vale do Javari).

Amarildo da Costa Oliveira, também conhecido como “Pelado”, e Jefferson da Silva Lima, “Pelado da Dinha”, apresentaram indícios suficientes para comprovar sua participação no duplo homicídio e ocultação de cadáveres. Em 22 de julho, os acusados anteriores e Oseney da Costa de Oliveira, conhecido como “Dos Santos”, tornaram-se réus.

Francisco Conceição de Freitas, Eliclei Costa de Oliveira, Amarlio de Freitas Oliveira, Otavio da Costa de Oliveira e Edwaldo da Costa de Oliveira também foram denunciados em junho de 2024 pela participação na ocultação dos corpos, além da corrupção de menor, exceto Francisco.

Oseney obteve a prisão domiciliar em razão de questões de saúde e da ausência de evidências sólidas de seu envolvimento. Em setembro de 2024, foi protocolado o primeiro requerimento de comparecimento em júri popular, que restou indeferido pelo TRF1. Na oportunidade, o MPF também considerava que existiam provas suficientes da participação de Oseney.

Amarildo e Jefferson serão julgados por homicídio qualificado e pelo ocultamento dos cadáveres das vítimas. Os dois permanecem presos. Oseney aguarda a conclusão do julgamento em regime de prisão domiciliar, com monitoramento eletrônico.

Fonte por: CNN Brasil