BRICS solicita a retirada de Israel de Gaza e um “alto-comando” imediato

A declaração final condena as guerras, sem mencionar especificamente os Estados Unidos ou Donald Trump; o bloco alocou quatro parágrafos para os ataques…

06/07/2025 17:47

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Foto oficial dos chefes de Estado presentes na Reunião do Brics, realizado no Museu de Arte Moderna (MAM), no Rio de Janeiro Foto (esq/dir)África/ Indonésia/ Egito e Rússia- Brazil / Índia / China / Etiópia/ Emirados Árabes/ Iran. | Sérgio Lima-Poder360 - 06.jan.2025.
Foto oficial dos chefes de Estado presentes na Reunião do Brics,...

A declaração final da cúpula de chefes de Estado do Brics, realizada neste domingo (6.jul.2025), no Rio, solicita que Israel deixe a Faixa de Gaza. O texto realiza um gesto à Irã ao condenar os ataques recentes ao país persa, mas evita mencionar os Estados Unidos e Israel, responsáveis pelos bombardeios.

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A declaração deste domingo aloca 4 parágrafos para o conflito em Gaza. Os países manifestam profunda preocupação com os contínuos ataques de Israel contra Gaza e a obstrução à entrada de ajuda humanitária no território. Também condena a tentativa de politizar ou militarizar a assistência humanitária e o uso da fome como um método de guerra.

O grupo solicita:

Leia também:

O BRICS apoia a unificação da Cisjordânia e da Faixa de Gaza sob a Autoridade Palestina, com a formação de um Estado palestino independente.

O documento menciona Israel sete vezes, em parágrafos que tratam dos conflitos na Faixa de Gaza, na Síria e no Líbano. Na última semana das negociações entre os países que compõem o bloco, os iranianos solicitaram uma postura mais firme, com apoio da China e da Rússia. O país persa incorporou o bloco em 2023. Teerã não reconhece o Estado de Israel e costuma utilizar expressões como “regime sionista” para se referir ao país judeu.

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A firmeza da declaração, contudo, encontrou resistência de países mais próximos dos Estados Unidos, como Índia, Emirados Árabes Unidos, Arábia Saudita, Etiópia e Egito. Esse grupo buscou evitar que o bloco, já muito alinhado à China, fosse ainda mais visto como anti-ocidental ou anti-Trump.

Israel e os Estados Unidos realizaram ataques a instalações nucleares iranianas em 21 de junho. A Irã alega que seu programa é pacífico, enquanto os outros dois países temem o desenvolvimento de armas. Trump declarou ter “obliterado” o programa iraniano, mas o ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araghchi, afirmou que a ciência não pode ser destruída por bombardeios e que o país pode recuperar rapidamente sua capacidade nuclear.

A proposta de solução de dois Estados para a pacificação da região, com o reconhecimento do Estado Palestino, representa uma posição histórica adotada pelo bloco e endossada inclusive pelos novos integrantes do Oriente Médio, como Egito e Emirados Árabes Unidos. A citação expressa, contudo, é contrária aos interesses do Irã, que desejava evitar tal abordagem por não reconhecer a legitimidade de Israel e entender que, ao endossá-la, estaria reconhecendo implicitamente o Estado de Israel.

Fonte por: Poder 360

Autor(a):

Com formação em Jornalismo e especialização em Saúde Pública, Lara Campos é a voz por trás de matérias que descomplicam temas médicos e promovem o bem-estar. Ela colabora com especialistas para garantir informações confiáveis e práticas para os leitores.