BRICS pedem reforma urgente do legado de Bretton Woods
Países do bloco argumentam por ajuste das alocações pelo FMI e incremento da variedade entre os integrantes do Fundo.

Os líderes do BRICS reiteraram a urgência de realizar uma reforma das instituições criadas a partir do Acordo de Bretton Woods – Fundo Monetário Internacional e Banco Mundial, visando torná-las mais “adequadas”, “representativas” e “imparciais”.
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Em seu 80º aniversário, reafirmamos a necessidade urgente de reforma das Instituições de Bretton Woods, buscando torná-las mais ágeis, eficazes, confiáveis, inclusivas, adequadas à sua finalidade, imparciais, responsáveis e representativas, o que reforçaria sua legitimidade. Primeiramente, elas deveriam reformar sua estrutura de governança para refletir a transformação da economia global desde sua criação.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) já abordava essa questão, solicitando uma reestruturação das instituições para definir um novo modelo de financiamento para países em desenvolvimento.
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Lula afirmou, em sessão plenária do Brics, que as organizações multilaterais não podem prosseguir operando da maneira como estavam quando foram estabelecidas.
Declarou que se discutiu sobre inovação em diversas situações. É necessário que haja inovação nas instituições que surgiram após a Segunda Guerra Mundial.
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Os líderes ainda enfatizam a necessidade de ampliar a representação dos Países em Desenvolvimento e Mercados Emergentes (PDMEs) no FMI e Banco Mundial, visando “refletir seu crescente peso na economia global”, bem como da diversidade regional e de gênero.
Para atingir tal meta, o Brics propôs a execução de procedimentos de gestão aprimorados, incluindo um processo de seleção inclusivo e fundamentado no mérito.
Os líderes do BRICS argumentaram ao FMI que os aumentos de cotas propostos na 16ª Revisão Geral de Cotas (RGC) e incentivaram os membros do Fundo a realizarem o consentimento “sem demora”.
A declaração indica que se está preparado para interagir de forma construtiva com os membros, visando assegurar o realinhamento efetivo das cotas e que as reformas de governança sejam incorporadas na 17ª Revisão Geral das Cotas, ressaltando que o realinhamento não deve ser realizado em detrimento dos países em desenvolvimento.
Reitera-se que o ajuste de quotas no FMI não deve ocorrer em detrimento dos países em desenvolvimento, mas sim refletir as posições relativas dos países na economia global e ampliar as cotas dos PDEMs.
O grupo tem defendido uma revisão imediata da estrutura do Fundo, com uma nova fórmula de cálculo fundamentada, entre outros critérios, no PIB (Produto Interno Bruto) ajustado pela paridade de poder de compra.
Na publicação de sábado (5), intitulada “Visão do Rio de Janeiro para Reforma de Cotas e Governança do FMI”, os países do BRICS declararam que o sistema de cotas deve ser a principal fonte da capacidade de empréstimo do FMI e orientar, mas não limitar, o acesso dos membros aos recursos.
Fonte por: CNN Brasil
Autor(a):
Ricardo Tavares
Fluente em quatro idiomas e com experiência em coberturas internacionais, Ricardo Tavares explora o impacto global dos principais acontecimentos. Ele já reportou diretamente de zonas de conflito e acompanha as relações diplomáticas de perto.