BRICS exclui EUA e Israel ao afirmar que condena ataques a Irã

O bloco se opõe ao país judeu, que deu início ao conflito, porém faz declaração hesitante e de baixo impacto ao não mencionar o bombardeio norte-america…

06/07/2025 14:43

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Foto oficial dos chefes de Estado presentes na Reunião do Brics, realizado no Museu de Arte Moderna (MAM), no Rio de Janeiro Foto (esq/dir)África/ Indonésia/ Egito e Rússia- Brazil / Índia / China / Etiópia/ Emirados Árabes/ Iran. | Sérgio Lima-Poder360 - 06.jan.2025.
Foto oficial dos chefes de Estado presentes na Reunião do Brics,...

A declaração final da cúpula do Brics, divulgada neste domingo (6.jul.2025), faz um gesto ao Irã ao condenar os ataques recentes ao país persa, mas não menciona os Estados Unidos e a Israel, autores dos bombardeios.

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O documento menciona Israel sete vezes, em parágrafos que tratam dos conflitos na Faixa de Gaza, na Síria e no Líbano. Na última semana das negociações entre os países do bloco, os iranianos solicitaram uma postura mais firme. O país persa incorporou o bloco em 2023. Teerã não reconhece o Estado de Israel e costuma utilizar expressões como “regime sionista” para se referir ao país judeu.

O fortalecimento da declaração, contudo, encontrou resistência de países mais próximos dos Estados Unidos, como Índia, Emirados Árabes Unidos, Arábia Saudita, Etiópia e Egito.

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Em 24 de junho, o Brics divulgou um comunicado conjunto que condenou os ataques a instalações nucleares iranianas, sem mencionar diretamente Estados Unidos ou Israel. Os iranianos buscaram incluir referências aos dois países no documento. Na ocasião, o comunicado foi publicado após o anúncio de um cessar-fogo entre Irã e Israel.

Os países do Brics manifestam “profunda preocupação” com o aumento da situação de segurança no Oriente Médio, sobretudo em relação à questão nuclear.

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Expressamos séria preocupação com os ataques deliberados contra infraestruturas civis e instalações nucleares pacíficas sob total salvaguardas da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), em violação ao direito internacional e às resoluções pertinentes da AIEA. As salvaguardas e a segurança nucleares devem ser sempre respeitadas, inclusive em conflitos armados, para proteger as pessoas e o meio ambiente contra danos. Neste contexto, reiteramos nosso apoio às iniciativas diplomáticas destinadas a enfrentar os desafios regionais.

Os países solicitam urgentemente que a ONU “se ocupe dessa questão”.

Israel e os Estados Unidos realizaram ataques a instalações nucleares iranianas em 21 de junho. A Irã alega que seu programa é pacífico, enquanto EUA e Israel temem o desenvolvimento de armas. Trump afirmou ter “obliterado” o programa iraniano, mas o ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araghchi, disse que a ciência não pode ser destruída por bombardeios e que o país pode recuperar rapidamente sua capacidade nuclear.

Desde então, o Irã suspendeu a cooperação com a AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica), exigindo segurança em seu território para permitir o retorno dos inspetores.

A cúpula do Brics, realizada em 6 e 7 de julho no Rio, apresenta baixa participação. A ausência de figuras relevantes pode diminuir o impacto político da declaração final, que faz parte da estratégia de protagonismo internacional de Lula.

Quatro chefes de Estado não compareceram ao Brasil.

O Brics evita mencionar os Estados Unidos e seu presidente, Donald Trump, mas o republicano já ameaçou o Brics em fevereiro com tarifas comerciais caso o dólar fosse abandonado nas transações comerciais entre os países integrantes.

Fonte por: Poder 360

Fluente em quatro idiomas e com experiência em coberturas internacionais, Ricardo Tavares explora o impacto global dos principais acontecimentos. Ele já reportou diretamente de zonas de conflito e acompanha as relações diplomáticas de perto.