Os preços de mercado dos títulos “bonds” da Braskem apontam para uma alta incerteza por parte dos agentes financeiros em relação ao pagamento dos empréstimos emitidos anteriormente. A S&P Global Ratings revisou para baixo a nota de crédito da empresa petroquímica do Brasil, de BB+ para BB, em 27 de maio, e alterou a perspectiva para negativa. Acompanhe o comunicado da companhia (PDF – 108 kB).
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Os títulos de dívida emitidos pela Braskem financiam a empresa, que, por sua vez, paga o investidor com juros no futuro. São conhecidos como “bonds” e negociados no mercado internacional. Existem sete títulos com vencimentos em 2028, 2030, 2031, 2033, 2034, 2041 e 2050.
Os títulos foram emitidos em 2024 e seguem sendo negociados no mercado secundário. É possível adquiri-los de investidores que já os possuem. Assim, não existe uma oferta direta da Braskem, mas ainda é possível comprar e vender no mercado.
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A taxa de juros é definida por elementos de risco. Quanto maior a probabilidade de o emissor não cumprir suas obrigações, maior a remuneração. Os intermediários financeiros podem escolher manter os títulos até o seu prazo final ou trocá-los com investidores pelo valor de mercado.
O rendimento “rentabilidade anual efetiva para quem compra hoje o título” subiu. O aumento reflete incerteza dos investidores em relação ao pagamento por parte da empresa. O bond 2031 vale atualmente 81,34% do que valia quando foi lançado em outubro de 2017. O yield era de 4,50% na emissão e passou para 13,36% na segunda-feira (16.jun.2025).
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Em outubro de 2024, o título com vencimento em 2034 que apresentava remuneração de 8% ao ano elevou a taxa para 12,69% anuais.
O rendimento é o retorno real que um investidor obtém ao adquirir um título pelo preço de mercado vigente. Trata-se de uma métrica variável, que flutua conforme o risco da companhia. Em caso de incertezas acerca da situação financeira da empresa, os títulos perdem valor e o rendimento aumenta.
A avaliação das agências de classificação de risco deve continuar considerando o alongamento do ciclo de baixa na indústria petroquímica global e as incertezas macroeconômicas globais, impactando os indicadores financeiros das empresas do setor.
A Braskem afirmou, em maio, que intensifica seu compromisso com a manutenção de sua liquidez, o fortalecimento da competitividade do setor químico brasileiro e a execução das iniciativas de resiliência e solidez financeira para atenuar os efeitos do ciclo da indústria.
A empresa obteve lucro líquido de R$ 698 milhões no primeiro trimestre de 2025. Houve recuperação de prejuízo de R$ 1,345 bilhão do mesmo período de 2024, quando o prejuízo foi de R$ 11,3 bilhões.
Fonte por: Poder 360
