Brasil retorna ao ranking mundial de crianças não vacinadas, apesar da melhora na cobertura vacinal
Na América Latina, apenas o México possui um número maior que o do Brasil, com 341 mil crianças não vacinadas.

O Brasil retomou a posição entre os vinte países com o maior número de crianças não vacinadas no mundo, conforme dados divulgados na segunda-feira, 14, pelo Unicef e pela Organização Mundial da Saúde.
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O estudo aponta que 229 mil crianças brasileiras não receberam a primeira dose da vacina tríplice bacteriana (DTP) em 2024 – que protege contra difteria, tétano e coqueluche. O número mais que dobrou em relação a 2023, quando 103 mil crianças ficaram sem a imunização. Atualmente, o Brasil concentra 16,8% de toda a população infantil não vacinada na América Latina e no Caribe.
Paradoxalmente, a cobertura geral da primeira dose da DTP demonstra sinais de recuperação. Entre 2000 e 2012, o Brasil manteve taxas próximas de 99%. No entanto, a partir de 2019, a situação se deteriorou, com a cobertura caindo para 70%. Durante a pandemia de Covid-19, em 2021, o índice atingiu seu ponto mais baixo: 68%. Em 2024, contudo, a taxa voltou a subir, alcançando 91%.
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Em números absolutos, 2,3 milhões de crianças receberam a primeira dose da vacina pentavalente em 2024 – versão brasileira que protege contra difteria, tétano, coqueluche, hepatite B e *Haemophilus influenzae* tipo B.
O Brasil alcançou a 17ª posição no ranking mundial, ficando atrás de países como Mianmar, Costa do Marfim e Camarões.
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A reportagem solicitou posicionamento do Ministério da Saúde, que não se manifestou até o encerramento deste texto.
Contexto regional
Na América Latina, somente o México registra valores superiores aos do Brasil, com 341 mil crianças sem vacinação. Em nível global, nove nações concentram mais da metade das crianças não vacinadas: Nigéria, Índia, Sudão, República Democrática do Congo, Etiópia, Indonésia, Iêmen, Afeganistão e Angola.
Segundo o estudo, a situação global revela que 14,3 milhões de crianças permanecem vulneráveis a doenças preveníveis por vacinas, e mais 5,7 milhões têm apenas proteção parcial. Em 2024, nenhuma das 17 vacinas monitoradas alcançou cobertura de 90% ou mais.
Cenário global
De acordo com informações da OMS e Unicef, em 2024, 89% das crianças em todo o mundo – aproximadamente 115 milhões – receberam pelo menos uma dose da vacina DTP, e 85% – cerca de 109 milhões – concluíram as três doses exigidas.
Em relação a 2023, observou-se um aumento de aproximadamente 171 mil crianças que receberam pelo menos uma vacina, além de um milhão que concluíram a série completa de três doses da DTP.
As organizações identificam como principais causas para a baixa cobertura vacinal: dificuldades de acesso aos serviços de saúde, interrupções no fornecimento, conflitos, instabilidade e desinformação sobre vacinas. Reduções drásticas na ajuda internacional também ampliam as lacunas na cobertura.
Fonte por: Carta Capital
Autor(a):
Sofia Martins
Com uma carreira que começou como stylist, Sofia Martins traz uma perspectiva única para a cobertura de moda. Seus textos combinam análise de tendências, dicas práticas e reflexões sobre a relação entre estilo e sociedade contemporânea.