Brasil registra um caso de paciente com sinais de intoxicação a cada duas horas

Uma pesquisa recente da Abramede aponta que, ao longo dos últimos dez anos, 1.480 indivíduos faleceram em decorrência de ocorrências de intoxicação no B…

07/09/2025 13:33

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Brasil registra um caso de paciente com sinais de intoxicação a cada duas horas
(Imagem de reprodução da internet).

Nos últimos 10 anos, o SUS registrou 45.511 atendimentos de emergência por envenenamentos que necessitaram de internação e, em alguns casos, resultaram em óbito. O dado é proveniente de um levantamento da Abramede.

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Entre 2009 e 2024, houve, em média, 4.551 registros anuais, o que equivale a 379 por mês ou 12,6 por dia. Isso indica que, aproximadamente, uma pessoa procurou um pronto-socorro da rede pública a cada duas horas devido a ingestões de substâncias tóxicas ou reações graves. Dos casos totais, 3.461 internações foram decorrentes de intoxicações intencionais causadas por outras pessoas.

A associação ressalta que os dados correspondem aos 10 anos de reconhecimento oficial da medicina de emergência como especialidade no Brasil, enfatizando a relevância do trabalho dos emergencistas em situações críticas. “Esses casos evidenciam um fenômeno preocupante: inúmeros episódios de intoxicação são praticados intencionalmente, frequentemente motivados por questões emocionais ou familiares, e não apenas acidentalmente”, declarou Camila Lunardi, presidente da Abramede.

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A médica recordou ocorrências de grande destaque, incluindo o bolo envenenado com arsênio que ceifou quatro vidas em Torres (RS), em dezembro de 2024, e a tradicional ceia de Ano Novo em Parintins (PA), que resultou em cinco fatalidades no início do ano corrente.

Outros casos incluíram um ovo de Páscoa envenenado no Maranhão e um bolo entregue em casa no Rio Grande do Norte, que resultou na morte de uma bebê de oito meses.

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De acordo com a emergencista Juliana Sartorelo, diversos casos poderiam ser eviados por meio de maior fiscalização e regulamentação de substâncias, punição do comércio clandestino e implementação de políticas de apoio socioemocional para populações vulneráveis.

Ademais, enfatiza-se que o atendimento ágil é fundamental: “A prioridade não é identificar o tóxico, mas assegurar o suporte de vida adequado. Só então, com o paciente estabilizado, procuramos informações para orientar o tratamento”.

Os números indicam um aumento expressivo nos últimos anos: após uma redução entre 2015 e 2021, os registros alcançaram os maiores valores em 2023 (5.523 casos) e 2024 (5.560). Dentre as causas acidentais identificadas, destacam-se os medicamentos analgésicos e anti-inflamatórios (2.225 casos), seguidos por pesticidas (1.830), álcool (1.954) e anticonvulsivantes, sedativos e hipnóticos (1.941).

A distribuição geográfica indicou que o Sudeste concentrou quase metade dos atendimentos, com São Paulo (10.161) e Minas Gerais (6.154) em destaque. O Sul ocupa a segunda posição, com Paraná (3.764) e Rio Grande do Sul (3.278). No Nordeste, foram registrados 7.080 casos, liderados por Bahia (2.274) e Pernambuco (949). O Centro-Oeste teve 5.161 ocorrências, notadamente no Distrito Federal (2.206) e Goiás (1.876). Já o Norte contabilizou 3.980 atendimentos, com predominância no Pará (2.047).

As internações por intoxicação intencional também se concentraram no Sudeste (1.513), seguido pelo Sul (551), Nordeste (492), Centro-Oeste (470) e Norte (435). Em números absolutos, São Paulo (754), Minas Gerais (500) e Pará (295) lideram a lista.

O perfil das vítimas revela predominância de homens (23.796 registros). Os adultos jovens entre 20 e 29 anos foram os mais afetados (7.313 casos), seguidos pelas crianças de 1 a 4 anos (7.204). Já os extremos da vida, como bebês de até um ano (968 casos) e idosos acima de 80 anos (também 968), apresentaram os menores índices.

Fonte por: CNN Brasil

Autor(a):

Ex-jogador de futebol profissional, Pedro Santana trocou os campos pela redação. Hoje, ele escreve análises detalhadas e bastidores de esportes, com um olhar único de quem já viveu o outro lado. Seus textos envolvem os leitores e criam discussões apaixonadas entre fãs.