Casos de Meningite no Brasil Aumentam em 2025

Dados do Ministério da Saúde revelam que, no primeiro semestre de 2025, o Brasil registrou mais de 4,4 mil casos de meningite. Embora os números não sejam muito diferentes dos de 2024, há uma tendência de crescimento. Os registros já correspondem a mais da metade das 8,3 mil infecções confirmadas no ano anterior.

A situação se torna ainda mais desafiadora diante da estabilidade da meningite no país. Apesar da ausência de aumentos significativos, os dados dificultam o cumprimento do plano global da Organização Mundial da Saúde (OMS) para erradicar a doença. O plano visa eliminar epidemias de meningite bacteriana e reduzir em 50% os casos preveníveis por vacina, além de diminuir as mortes em 70%.

Características e Sintomas da Doença

A meningite é caracterizada pela inflamação das membranas que envolvem o cérebro e a medula espinhal, sendo considerada endêmica no Brasil. Nos casos bacterianos, a letalidade pode atingir 20%. A doença se desenvolve rapidamente, podendo levar a quadros clínicos graves em menos de um dia.

Em entrevista ao Brasil de Fato, a médica infectologista Luiza Britto, do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas da Fiocruz, destaca que a incidência da doença está relacionada aos desafios na imunização. Ela observa uma queda na cobertura vacinal, o que aumenta a vulnerabilidade da população.

Importância do Diagnóstico Precoce

A rapidez na progressão da meningite torna essencial o diagnóstico precoce e o tratamento imediato. Os sintomas variam conforme a idade. Em crianças menores de dois anos, podem incluir irritabilidade intensa, febre alta e recusa em mamar.

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Em adultos e crianças mais velhas, a dor de cabeça é o sintoma principal, frequentemente acompanhada de rigidez no pescoço, febre, sensibilidade à luz, vômitos, confusão mental e convulsões. Luiza Britto alerta que dores persistentes que não respondem a analgésicos devem levar à busca por atendimento médico.

Causas e Prevenção da Meningite

A meningite pode ser provocada por vírus, bactérias, fungos e, raramente, parasitas. O potencial de surto é uma preocupação nas meningites virais, enquanto as bacterianas, causadas por agentes como meningococo e pneumococo, apresentam alto risco de mortalidade.

A transmissão geralmente ocorre de pessoa para pessoa, por vias respiratórias, mas também pode acontecer por meio de fezes e ingestão de água ou alimentos contaminados, especialmente nas formas virais e parasitárias.

Vacinação e Medidas Preventivas

A vacinação é a principal forma de prevenção contra a meningite bacteriana. O Programa Nacional de Imunização (PNI) oferece vacinas como a Meningocócica C, Pentavalente e Pneumocócica 10-valente, disponíveis gratuitamente no Sistema Único de Saúde (SUS). É fundamental que crianças recebam essas vacinas nos primeiros meses de vida.

Além da vacinação, algumas medidas preventivas, amplamente divulgadas durante a pandemia de Covid-19, continuam relevantes. Luiza Britto ressalta a importância de evitar aglomerações e manter a higiene das mãos, já que frequentemente tocamos o rosto.

Outras ações incluem o uso de máscara em locais fechados e em aglomerações. A pandemia fez com que as pessoas adotassem comportamentos mais cautelosos, resultando em uma diminuição dos casos de meningite bacteriana durante esses anos.