Brasil registra 57 mil mortes anualmente devido ao consumo excessivo de ultraprocessados
O Brasil registra cerca de 57 mil mortes anualmente relacionadas ao consumo de ultraprocessados, porém o consumo desses produtos permanece elevado. Comp…
O Brasil apresenta um problema: o aumento da preocupação com a saúde e a longevidade coexiste com o elevado consumo de alimentos ultraprocessados. Bebidas gaseificadas, biscoitos recheados, macarrão instantâneo e embutidos já correspondem a mais de 20% das calorias consumidas por adultos no país. Esse padrão alimentar está associado a 57 mil mortes prematuras anualmente, conforme estudo divulgado no American Journal of Preventive Medicine.
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57 mil vidas perdidas, porém o consumo não diminui.
O volume é preocupante. Constata-se 156 óbitos diários, ou seis por hora, relacionados ao consumo excessivo de ultraprocessados. Isso representa 10,5% de todos os óbitos prematuros (entre 30 e 69 anos) em 2019. Contudo, não há evidências de uma diminuição significativa no consumo desses produtos.
Homens representam aproximadamente 34 mil desses óbitos, enquanto as mulheres somam cerca de 23 mil. Um dado preocupante é que mais de 20% das vítimas não tinham nem 50 anos.
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Custos bilionários, porém políticas tímidas.
Além da tragédia humana, os custos também são alarmantes. Estudos apontam que o impacto financeiro totaliza R$ 10,4 bilhões anualmente em despesas de saúde e quase R$ 9,2 bilhões em perdas econômicas decorrentes da produtividade perdida devido a mortes prematuras.
À medida que países debatem tributação, rótulos de alerta e restrições severas à publicidade de alimentos ultraprocessados, o Brasil avança de forma lenta. O resultado é esperado: maior consumo, mais doenças e mais mortes.
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É possível diminuir, porém isso depende de decisões conjuntas.
Estudos matemáticos indicam que uma diminuição de 20% no consumo de alimentos ultraprocessados poderia prevenir mais de 4 mil mortes anualmente, exclusivamente devido a doenças cardiovasculares. Uma redução de 50% resultaria em quase 10 mil vidas poupadas. Portanto, a situação se mostra favorável, mas requer intervenção de governos, indústria e consumidores.
Apesar da hesitação do Brasil em considerar os ultraprocessados como uma questão de saúde pública urgente, inúmeras famílias continuam a sepultar seus entes queridos em segredo.
Fonte por: FDR
Autor(a):
Lara Campos
Com formação em Jornalismo e especialização em Saúde Pública, Lara Campos é a voz por trás de matérias que descomplicam temas médicos e promovem o bem-estar. Ela colabora com especialistas para garantir informações confiáveis e práticas para os leitores.












