São Paulo registra 60,81% das notificações, com 33 casos confirmados e 57 em investigação; o Estado contabiliza 6 mortes e 2 em Pernambuco.
O Ministério da Saúde divulgou nesta quarta-feira (15.out.2025) que o Brasil registrou 148 notificações de intoxicação por bebidas adulteradas com metanol desde agosto. Desses, 41 casos foram confirmados e 107 estão em investigação em diversos Estados. Foram registradas 6 mortes em São Paulo e 2 em Pernambuco.
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São Paulo é o Estado com o maior número de notificações, representando 60,81% do total, com 33 casos confirmados e 57 em investigação. Outros Estados também apresentaram casos confirmados: Paraná (4), Pernambuco (3) e Rio Grande do Sul (1).
As suspeitas, que aguardam laudo para confirmação, estão distribuídas da seguinte maneira:
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Conforme o ministério, as mortes investigadas estão distribuídas da seguinte forma:
O metanol, conhecido como álcool metílico (CH₃OH), é uma substância química altamente tóxica, volátil e inflamável. É um álcool simples, incolor e com odor semelhante ao da bebida alcoólica comum. Antigamente, era chamado de “álcool da madeira” por ser obtido da destilação de toras, mas atualmente é produzido em larga escala, principalmente a partir do gás natural.
Esse líquido é utilizado como matéria-prima na fabricação de formaldeído, ácido acético, resinas, solventes e tintas. No Brasil, uma das principais aplicações é na produção de biodiesel, através da transesterificação.
A ingestão de 4 ml a 10 ml de metanol pode causar danos irreversíveis, como cegueira, segundo o CFQ (Conselho Federal de Química). O conselho alerta que pequenas doses já representam um risco real à vida, estimando que 30 ml de metanol puro podem ser letais.
Os efeitos mais perigosos da ingestão de metanol aparecem tardiamente. O metanol é metabolizado em formaldeído e ácido fórmico, que causam acidose metabólica, um grave desequilíbrio do pH sanguíneo. Os sintomas incluem:
Segundo a Abno (Associação Brasileira de Neuro-oftalmologia), o diagnóstico deve ser baseado na história clínica do paciente e em exames de sangue e de imagem. Em caso de suspeita de ingestão ou contato prolongado com metanol, não se deve induzir o vômito e a pessoa deve ser encaminhada urgentemente ao hospital.
Quanto mais cedo o diagnóstico e o tratamento forem realizados, menor será o risco de morte ou sequelas graves. O tratamento envolve medicamentos intravenosos (fomepizol) que, assim como o etanol, inibem o metabolismo do metanol, evitando a formação do ácido fórmico. O paciente pode necessitar de lavagem gástrica e hemodiálise.
O Conselho Federal de Química alerta que o problema surge quando o metanol é utilizado de forma criminosa na adulteração de bebidas alcoólicas. A ingestão, inalação ou contato prolongado com o metanol pode causar sintomas imediatos, como náuseas, tontura, vômito e depressão do sistema nervoso central.
Para prevenir intoxicações, recomenda-se:
A fiscalização rigorosa por órgãos governamentais e análises laboratoriais periódicas realizadas por profissionais da química são essenciais para evitar tragédias. Essas ações ajudam a identificar contaminantes, garantir a qualidade dos produtos e conscientizar a população sobre os riscos do consumo de bebidas adulteradas.
Autor(a):
Ana Carolina é engenheira de software e jornalista especializada em tecnologia. Ela traduz conceitos complexos em conteúdos acessíveis e instigantes. Ana também cobre tendências em startups, inteligência artificial e segurança cibernética, unindo seu amor pela escrita e pelo mundo digital.