Redução da Pobreza no Brasil Alcança Novo Patamar em 2024
Em 2024, o Brasil registrou uma notável melhora em seu cenário socioeconômico, com a redução da linha da pobreza atingindo um novo patamar. De acordo com dados divulgados pela Síntese de Indicadores Sociais, o número de brasileiros vivendo com menos de US$ 6,85 por dia – o que equivale a aproximadamente R$ 694 em valores atualizados – diminuiu para 48,9 milhões.
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Essa representou uma queda significativa em relação aos 57,6 milhões registrados em 2023, marcando o menor nível já alcançado desde o início da série histórica, que remonta a 2012.
O desempenho positivo se deve a uma combinação de fatores, incluindo o aquecimento do mercado de trabalho e a continuidade de programas de transferência de renda, como o Bolsa Família e o Auxílio Brasil. O pesquisador do IBGE, André Geraldo de Moraes Simões, destacou o papel crucial desses elementos, ressaltando que, em 2020, o Auxílio Emergencial, implementado em resposta à pandemia de Covid-19, contribuiu para a redução da pobreza, embora com valores menores e restrições de acesso após o seu retorno em 2021.
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Redução da Extrema Pobreza e Desigualdades Regionais
Além da diminuição da pobreza, houve uma redução expressiva na extrema pobreza, com o contingente de pessoas vivendo com renda de até US$ 2,15 por dia – cerca de R$ 218 mensais – caindo para 7,4 milhões. Essa evolução, que resultou em uma proporção de 3,5% da população na extrema pobreza, representa uma melhora considerável em relação aos 9,3 milhões registrados em 2023.
A proporção da população na extrema pobreza também diminuiu para 4,4% em 2012, quando a série histórica começou.
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Os dados revelam importantes desigualdades regionais, com o Nordeste e o Norte apresentando taxas de pobreza e extrema pobreza superiores à média nacional. Enquanto a pobreza no Nordeste atingiu 39,4% e no Norte, 35,9%, a pobreza no Sudeste, Centro-Oeste e Sul foi menor.
Essas regiões são consideradas as mais vulneráveis do país, impactando também o mercado de trabalho local.
Desigualdade de Renda e Impacto de Programas Sociais
O Índice de Gini, que mede a desigualdade de renda, também apresentou um resultado positivo em 2024, atingindo 0,504 – o menor valor da série desde 2012. Esse índice, que varia de 0 a 1, com valores mais altos indicando maior desigualdade, demonstra o impacto positivo dos programas sociais na redução da desigualdade de renda no país.
Análises hipotéticas realizadas pelo IBGE revelaram que, sem os programas de transferência de renda, o Índice de Gini seria de 0,542. Além disso, o instituto projetou que, sem os benefícios previdenciários, a extrema pobreza entre os idosos passaria de 1,9% para 35,4%, e a pobreza subiria de 8,3% para 52,3%.
