Desperdício econômico no Brasil
O Brasil perde anualmente cerca de 20% do seu Produto Interno Bruto (PIB) devido a ineficiências que dificultam a produção, o investimento e a competitividade. Isso representa aproximadamente R$ 1,7 trilhão em perdas causadas por burocracia, infraestrutura inadequada, um sistema tributário complicado e gargalos que afetam tanto empresas quanto consumidores.
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Os dados são do Observatório Custo Brasil (OCB), desenvolvido pelo MBC em colaboração com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC).
Segundo uma pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI), 70% dos empresários consideram a carga tributária como o principal obstáculo. Além disso, 62% mencionam a falta de mão de obra qualificada e 27% citam os altos juros como barreiras à competitividade.
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O presidente da CNI, Ricardo Alban, ressalta que o Brasil desperdiça mais de 20% do seu PIB devido a problemas estruturais, como tributos e infraestrutura, o que equivale aos gastos do governo com servidores públicos neste ano.
Impactos na sociedade
Embora o conceito de “Custo Brasil” possa parecer técnico, seus efeitos são percebidos no cotidiano. Cada atraso em processos burocráticos e cada imposto adicional elevam os preços dos produtos, diminuindo a capacidade de investimento das empresas.
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Isso resulta em menos empregos, baixa produtividade e crescimento aquém do potencial nacional. A questão transcende o setor industrial, afetando a renda das famílias e a competitividade da economia como um todo.
Para tornar o tema mais acessível, a CNI lançou uma campanha que personifica os gargalos que impedem o progresso do país. Os personagens — Tributácio, Jurássio, Burocratus, Infradonha, Custo Circuito e Baiacusto — simbolizam obstáculos como a alta carga tributária, a burocracia excessiva, os juros altos e a falta de infraestrutura, traduzindo um problema complexo em algo mais compreensível.
Caminhos para a competitividade
Reduzir o Custo Brasil é fundamental para criar um ambiente propício ao investimento, inovação e crescimento. A CNI atua como mediadora entre o setor produtivo e o governo, propondo reformas estruturais que aumentem a eficiência do Estado e diminuam o ônus sobre os produtores.
As prioridades incluem a simplificação tributária, a melhoria da infraestrutura e a formação profissional, além de um ambiente de negócios mais previsível.
A entidade também defende políticas públicas que visem aumentar a produtividade e a redução sustentável dos juros, consideradas essenciais para fortalecer a indústria e incentivar o investimento privado.
Um desafio coletivo
Superar o Custo Brasil é um desafio que vai além do setor industrial, exigindo coordenação entre governos, empresas e a sociedade para eliminar desperdícios, simplificar processos e aumentar a produtividade. Em um cenário global cada vez mais competitivo, o país não pode continuar a perder trilhões de reais em ineficiências internas.
Reduzir o Custo Brasil é uma condição necessária para o futuro, essencial para tornar o Brasil mais atrativo, eficiente e preparado para um crescimento sustentável.
A pesquisa da CNI foi realizada entre 14 de julho e 7 de agosto de 2025, com a participação de 1.002 empresários industriais de diferentes portes e regiões do Brasil.
