Brasil investe R$ 200 milhões em mapeamentos geológicos para explorar minerais

Plano mapeia 1,2 milhão de km² do subsolo para atender demanda por minerais estratégicos

25/09/2025 13:43

3 min de leitura

(Imagem de reprodução da internet).

Investimento em Mapeamentos Geológicos Essencial para o Potencial Mineral Brasileiro

Um estudo recente do Serviço Geológico do Brasil (SGB) aponta para a necessidade de um investimento de aproximadamente R$ 200 milhões em mapeamentos geológicos até 2034, visando impulsionar o país a um patamar de potência mineral e atrair investimentos significativos no setor.

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Cenário Otimista e Desafios

Os geólogos, no entanto, consideram que o orçamento previsto é um cenário otimista, dada a capacidade orçamentária insuficiente para explorar o potencial mineral brasileiro. A falta de investimento adequado representa um obstáculo para o desenvolvimento do setor.

A estimativa atual, caso a média de recursos destinada ao SGB seja mantida, prevê apenas R$ 77 milhões em investimentos em mapeamentos geológicos ao longo dos próximos dez anos. Esses recursos seriam destinados exclusivamente a despesas de custeio, como levantamentos de campo e análises laboratoriais, cruciais para a execução do mapeamento.

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Plano de Investimento e Escala do Mapeamento

O plano prevê o mapeamento de mais de 1,2 milhão de quilômetros quadrados do subsolo nacional, abrangendo a análise de 73 blocos em um período de 10 anos, com a participação de 210 geólogos. Atualmente, apenas 27% do território continental brasileiro é mapeado na escala 1:100.000, considerada mais detalhada.

Isso significa que mais de 70% do potencial do subsolo nacional permanece desconhecido, representando uma oportunidade perdida para o Brasil.

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Demanda Global por Minerais Críticos

A necessidade desses estudos cresce diante da demanda global por minerais críticos e estratégicos, insumos essenciais para a produção de baterias, semicondutores e tecnologias de ponta. O Brasil possui grandes reservas de minerais como terras raras, cobalto, nióbio e níquel, todos com potencial bilionário.

Segundo especialistas, esse tipo de levantamento é fundamental para atrair investimentos em pesquisa e exploração mineral, já que os dados produzidos reduzem o risco exploratório e subsidiam a descoberta de novos depósitos.

Fases do Mapeamento Geológico

O mapeamento geológico vai além da mineração: ele também é base para pesquisas sobre recursos hídricos e para o entendimento dos processos de evolução da paisagem. O processo de mapeamento é dividido em quatro fases: a preparatória (ou pré-campo), a de levantamentos de campo, a analítica (com análises laboratoriais) e a de elaboração e publicação dos produtos finais, como mapas geológicos, notas explicativas e bases de dados digitais.

Cada unidade de trabalho é chamada de folha cartográfica, que corresponde a uma área do território delimitada em determinada escala (por exemplo, 1:100.000). O mapeamento de uma folha cartográfica costuma levar, em média, três anos para ser concluído.

Autor(a):

Apaixonada por cinema, música e literatura, Júlia Mendes é formada em Jornalismo pela Universidade Federal de São Paulo. Com uma década de experiência, ela já entrevistou artistas de renome e cobriu grandes festivais internacionais. Quando não está escrevendo, Júlia é vista em mostras de cinema ou explorando novas bandas independentes.