Brasil inaugura maior biofábrica do mundo para controle da dengue

Mosquito Aedes aegypti submetido à inoculação da bactéria Wolbachia, que impede a proliferação de vírus causadores de doenças como dengue, chikungunya e…

21/07/2025 10:11

3 min de leitura

Brasil inaugura maior biofábrica do mundo para controle da dengue
(Imagem de reprodução da internet).

O Instituto de Biologia Molecular do Paraná (IBMP) e o World Mosquito Program (WMP) lançaram, no sábado (19), a Wolbito do Brasil, a maior biofábrica do mundo dedicada à produção do mosquito Aedes aegypti infectado com a bactéria Wolbachia, que impede a proliferação dos vírus de doenças como dengue, chikungunya e zika.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Com 70 funcionários, a biofábrica afirma ser capaz de produzir 100 milhões de ovos de mosquito por semana. Inicialmente, a unidade atenderá unicamente ao Ministério da Saúde, que seleciona os municípios para a implementação do método Wolbachia, com base nos mapas de incidência das arboviroses transmitidas pelo Aedes.

A técnica, que visa diminuir significativamente a propagação e os custos dos tratamentos dessas enfermidades, é testada no Brasil desde 2014, quando houve liberações em Tubiacanga e Jurujuba, bairros das cidades do Rio de Janeiro e de Niterói (RJ).

Leia também:

A bactéria Wolbachia foi implementada em seis cidades adicionais: Londrina e Foz do Iguaçu, no Paraná; Joinville, em Santa Catarina; Petrolina, em Pernambuco; e Belo Horizonte e Campo Grande, respectivamente, capitais de Minas Gerais e Mato Grosso do Sul.

Os próximos a receberem o método são Balneário Camboriú e Blumenau, em Santa Catarina, além de novas áreas em Joinville, em Santa Catarina; Valparaíso de Goiás e Luziânia, em Goiás; e na capital federal, Brasília.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

A implementação desse método nas cidades está na fase de comunicação e engajamento da população. A liberação dos mosquitos nessas áreas está prevista para o segundo semestre.

A biofábrica ressalta que o método não emprega mosquitos geneticamente modificados e é adicional a outras abordagens e aos cuidados fundamentais que a população deve adotar para extinguir os locais de reprodução dos insetos.

A parceria entre o Instituto de Biologia Molecular do Paraná, que é sócio na biofábrica, surgiu através da união do Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar), vinculado ao governo estadual, e da Fundação Oswaldo Cruz (Fioruz), vinculada ao Ministério da Saúde.

A inauguração desta fábrica coloca o Brasil, por meio desta associação da Fiocruz com o Tecpar, aqui no Paraná, na linha de frente dessa tecnologia para o mundo, afirmou o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, que participou da inauguração.

Como opera

A técnica, presente em 14 países, envolve a liberação no ambiente de mosquitos inoculados com Wolbachia, para que se reproduzam com a população local de Aedes aegypti e produzam descendentes também portadores da bactéria, reduzindo assim as chances de transmissão de dengue, chikungunya ou zika para humanos.

A ciência estima que as bactérias do gênero Wolbachia estão presentes em mais da metade dos insetos do mundo. Estudos realizados desde o início dos anos 2010 permitiram aos cientistas reproduzir com segurança o Aedes aegypti infectado com espécies de wolbachia que não ocorreriam naturalmente no mosquito.

No Aedes, essas bactérias demonstraram impedir a multiplicação de diversos vírus transmitidos aos humanos, ao mesmo tempo em que promovem uma vantagem reprodutiva para mosquitos infectados em relação a populações não infectadas.

A Fiocruz estima que, para cada R$ 1 investido, o governo pode obter uma economia entre R$ 43,45 e R$ 549,13 em medicamentos, internações e tratamentos diversos.

Dengue: quais são os sintomas e quando procurar atendimento médico?

Fonte por: CNN Brasil

Autor(a):

Com uma carreira que começou como stylist, Sofia Martins traz uma perspectiva única para a cobertura de moda. Seus textos combinam análise de tendências, dicas práticas e reflexões sobre a relação entre estilo e sociedade contemporânea.