Brasil enfrenta dificuldade em relação ao aumento tarifário, ao passo que outros países avançam em negociações
O governo Lula tem focado em negociações informais e no contato com empresários, porém sem que a Casa Branca tenha oferecido um resultado favorável para…
O Brasil enfrenta um impasse na taxa de 50% sobre produtos americanos, ao passo que outros países avançam em negociações e assinam acordos com os Estados Unidos, com menos de nove dias para o início da sobretaxa.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
O governo brasileiro tem investido em negociações discretas e no diálogo com o setor privado para lidar com a situação.
É possível que esses canais se mostrem mais eficazes do que insistir em reuniões diplomáticas formais com o governo de Donald Trump, sobretudo porque as ações do Brasil não apresentam um resultado positivo oficial.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, orientou a equipe de oito senadores que viajarão para os Estados Unidos na próxima semana. A missão não tem poder para negociar diretamente as tarifas, mas visa estabelecer um canal de diálogo.
Os parlamentares estão aprimorando a argumentação a ser utilizada. Por exemplo, demonstrar o risco de prejuízos à economia americana como forma de pressão interna.
Leia também:
Erika Hilton e Fernando Haddad debatem ajustes em projeto de lei sobre jornada de trabalho
DPU pede supervisão de perícias após megaoperação que deixou mais de 120 mortos no Rio de Janeiro
Congresso Nacional aprova MP 1.304 com novas diretrizes para o setor elétrico e mercado livre
Além disso, almejam argumentar que, caso os Estados Unidos fechem as exportações para o Brasil, os americanos entregarão o país à China.
Os senadores buscam agendas com congressistas próximos a Trump e de estados impactados, como da Flórida, além de reuniões com empresários americanos afetados. Ainda não há nenhum encontro confirmado.
O vice-presidente e ministro da Indústria, Geraldo Alckmin (PSB), já ouviu cerca de 100 representantes do setor privado em relação à tarifação. O Ministério da Fazenda também está atuando para suavizar a situação.
Realizamos tentativas de contato repetidas, porém existe uma concentração de informações na Casa Branca. Alckmin está tendo contato com secretários. No nosso caso da Fazenda, temos contato com a equipe técnica do Tesouro americano, mas não com o secretário.
O governo persiste nas negociações, ainda que possua outras alternativas, como acionar a Lei da Reciprocidade – vista com preocupação por empresários em razão do possível efeito inflacionário – ou a OMC (Organização Mundial do Comércio).
O Brasil manifestou suas críticas à Organização Mundial do Comércio em 23 sobre o emprego de tarifas como interferência em questões internas de outros países.
Contudo, mesmo com a mensagem, o Brasil se abstém de criticar os Estados Unidos, considerando que as implicações podem ser ainda mais graves.
Atualmente, a prorrogação do prazo de implementação da nova tarifa seria visto como um benefício.
O Brasil busca, por meio de alternativas, alcançar um retorno positivo da Casa Branca, ao passo que outros países avançam nas negociações.
Estados Unidos e Japão firmaram acordo comercial que reduz de 25% para 15% as tarifas sobre uma série de produtos, incluindo automóveis, destinados ao país asiático.
O acordo ainda contempla investimentos de 550 bilhões de dólares dos japoneses nos Estados Unidos.
Diplomatas europeus afirmaram nesta quarta-feira que os Estados Unidos e a União Europeia estão avançando para um acordo comercial que estabelecerá uma tarifa de 15% sobre os produtos do bloco de 27 países, em comparação com uma taxa mais alta de 30%, a partir de 1º de agosto.
Os chineses também devem ter um certo alívio. De acordo com o secretário do Tesouro americano, Scott Bessent, o aumento nas taxas para a China pode ser adiado por mais 90 dias.
Trump já havia admitido que um encontro com o presidente chinês Xi Jinping para discutir o assunto ocorreria, em suas palavras, “em um futuro próximo”.
O presidente americano afirmou ainda nesta quarta que a taxa de 50% é destinada a países com quem os EUA não têm estabelecido boas relações.
Fonte por: CNN Brasil
Autor(a):
Lara Campos
Com formação em Jornalismo e especialização em Saúde Pública, Lara Campos é a voz por trás de matérias que descomplicam temas médicos e promovem o bem-estar. Ela colabora com especialistas para garantir informações confiáveis e práticas para os leitores.












