Brasil enfrenta dificuldade em relação ao aumento tarifário, ao passo que outros países avançam em negociações
O governo Lula tem focado em negociações informais e no contato com empresários, porém sem que a Casa Branca tenha oferecido um resultado favorável para…

O Brasil enfrenta um impasse na taxa de 50% sobre produtos americanos, ao passo que outros países avançam em negociações e assinam acordos com os Estados Unidos, com menos de nove dias para o início da sobretaxa.
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O governo brasileiro tem investido em negociações discretas e no diálogo com o setor privado para lidar com a situação.
É possível que esses canais se mostrem mais eficazes do que insistir em reuniões diplomáticas formais com o governo de Donald Trump, sobretudo porque as ações do Brasil não apresentam um resultado positivo oficial.
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O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, orientou a equipe de oito senadores que viajarão para os Estados Unidos na próxima semana. A missão não tem poder para negociar diretamente as tarifas, mas visa estabelecer um canal de diálogo.
Os parlamentares estão aprimorando a argumentação a ser utilizada. Por exemplo, demonstrar o risco de prejuízos à economia americana como forma de pressão interna.
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Além disso, almejam argumentar que, caso os Estados Unidos fechem as exportações para o Brasil, os americanos entregarão o país à China.
Os senadores buscam agendas com congressistas próximos a Trump e de estados impactados, como da Flórida, além de reuniões com empresários americanos afetados. Ainda não há nenhum encontro confirmado.
O vice-presidente e ministro da Indústria, Geraldo Alckmin (PSB), já ouviu cerca de 100 representantes do setor privado em relação à tarifação. O Ministério da Fazenda também está atuando para suavizar a situação.
Realizamos tentativas de contato repetidas, porém existe uma concentração de informações na Casa Branca. Alckmin está tendo contato com secretários. No nosso caso da Fazenda, temos contato com a equipe técnica do Tesouro americano, mas não com o secretário.
O governo persiste nas negociações, ainda que possua outras alternativas, como acionar a Lei da Reciprocidade – vista com preocupação por empresários em razão do possível efeito inflacionário – ou a OMC (Organização Mundial do Comércio).
O Brasil manifestou suas críticas à Organização Mundial do Comércio em 23 sobre o emprego de tarifas como interferência em questões internas de outros países.
Contudo, mesmo com a mensagem, o Brasil se abstém de criticar os Estados Unidos, considerando que as implicações podem ser ainda mais graves.
Atualmente, a prorrogação do prazo de implementação da nova tarifa seria visto como um benefício.
O Brasil busca, por meio de alternativas, alcançar um retorno positivo da Casa Branca, ao passo que outros países avançam nas negociações.
Estados Unidos e Japão firmaram acordo comercial que reduz de 25% para 15% as tarifas sobre uma série de produtos, incluindo automóveis, destinados ao país asiático.
O acordo ainda contempla investimentos de 550 bilhões de dólares dos japoneses nos Estados Unidos.
Diplomatas europeus afirmaram nesta quarta-feira que os Estados Unidos e a União Europeia estão avançando para um acordo comercial que estabelecerá uma tarifa de 15% sobre os produtos do bloco de 27 países, em comparação com uma taxa mais alta de 30%, a partir de 1º de agosto.
Os chineses também devem ter um certo alívio. De acordo com o secretário do Tesouro americano, Scott Bessent, o aumento nas taxas para a China pode ser adiado por mais 90 dias.
Trump já havia admitido que um encontro com o presidente chinês Xi Jinping para discutir o assunto ocorreria, em suas palavras, “em um futuro próximo”.
O presidente americano afirmou ainda nesta quarta que a taxa de 50% é destinada a países com quem os EUA não têm estabelecido boas relações.
Fonte por: CNN Brasil
Autor(a):
Lara Campos
Com formação em Jornalismo e especialização em Saúde Pública, Lara Campos é a voz por trás de matérias que descomplicam temas médicos e promovem o bem-estar. Ela colabora com especialistas para garantir informações confiáveis e práticas para os leitores.