O governo brasileiro e a Holanda formalizaram na quarta-feira (18.jun.2025) um novo Plano de Ação para o programa GPP (Green Ports Partnership), com o objetivo de promover o desenvolvimento sustentável da infraestrutura portuária. O acordo foi assinado durante o evento “Desenvolvimento sustentável e inovação nos portos”, realizado em Brasília e promovido pela Embaixada da Holanda no Brasil.

O plano contempla uma série de iniciativas nos próximos 15 meses. Dentre as ações, destacam-se treinamentos sobre portos e corredores verdes, a execução de estudos para o planejamento de um corredor verde intermodal no Brasil e visitas técnicas binacionais a terminais estratégicos. No Brasil, os portos de Santos (SP), Pecém (CE), Paranaguá (PR) e Rio Grande (RS) receberão as delegações. Na Holanda, as visitas incluem os portos de Rotterdam, Harlingen e Nijmegen.

Expansão e investimentos.

O encontro se deu em um período de crescimento do setor portuário brasileiro. A Antaq (Agência Nacional de Transportes Aquaviários) apontou que os portos do país registraram um volume recorde de 1,32 bilhão de toneladas em 2024. Somente o Porto de Santos movimentou 162,4 milhões de toneladas em 2022 e alcançou em janeiro de 2025 o maior volume mensal de contêineres da série histórica: 460,8 mil TEUs (Unidade Equivalente a Vinte Pés).

A expansão é acompanhada por uma série de projetos para ampliar a capacidade logística nacional. São previstos mais de R$ 50 bilhões em investimentos privados no setor até 2026, por meio de novos arrendamentos e concessões.

O novo mega terminal de contêineres de Santos, o STS-10 (Teccon 10), poderá elevar em até 50% a capacidade operacional do porto. A construção integra um pacote de projetos que também compreende o túnel subaquático Santos–Guarujá, visando transformar o complexo em um centro logístico regional.

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MODELO HOLANDÊS

A parceria também se baseia na experiência holandesa no desenvolvimento portuário. O Porto de Rotterdam, maior da Europa, movimentou 467,4 milhões de toneladas e 15,3 milhões de TEUs em 2022, consolidando-se como um dos principais centros logísticos globais. O modelo de gestão adotado combina planejamento público, operação privada e integração com as principais cadeias logísticas internacionais, além de estabelecer metas ambientais, como a descarbonização total dos terminais até 2050.

O embaixador Andrê Driessen afirmou que o programa opera em duas áreas: o desenvolvimento sustentável e inovador dos portos e terminais brasileiros e a logística, além de projetos de energia renovável ligados aos portos, em particular energia eólica, offshore e nearshore, e hidrogênio verde.

Driessen ressaltou que o GPP já conta com 40 instituições brasileiras e holandesas, abrangendo os portos de Rotterdam, Itajaí, Paranaguá e Rio Grande. O embaixador também apontou a previsão de que o Porto de Santos venha a fazer parte do grupo em breve, expandindo o escopo da colaboração.

Fonte por: Poder 360