Brasil e EUA enfrentam crise nas relações, diz especialista na ONU

Doutora em Direito Internacional identifica cisão entre Brasil e Estados Unidos em contexto global complexo na 80ª Assembleia Geral da ONU.

23/09/2025 9:19

2 min de leitura

(Imagem de reprodução da internet).

80ª Assembleia Geral da ONU: Divisões e Novos Desafios no Cenário Internacional

A 80ª Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) teve seu início nesta terça-feira (23) em Nova York, um evento marcado por significativas divergências geopolíticas e tensões nas relações entre Brasil e Estados Unidos. O momento coincide com uma reconfiguração do cenário internacional, com posições nacionais cada vez mais definidas.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Em declarações à CNN, Priscila Caneparo, especialista em Direito Internacional, observou que os discursos de abertura do Brasil e dos Estados Unidos provavelmente refletirão visões distintas sobre a ordem mundial. A expectativa é que o Brasil defenda a cooperação internacional e o multilateralismo, enquanto os EUA adotem uma postura mais focada em seus interesses individuais.

Tópicos Centrais da Assembleia Geral

A agenda da 80ª Assembleia Geral será dominada por temas cruciais como a situação na Palestina, especialmente após o reconhecimento do Estado palestino por diversos países, e as mudanças climáticas. O Brasil, em particular, dará ênfase a este último tema, considerando a importância da COP30, que será realizada em Belém do Pará.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Além disso, a Assembleia abordará questões como a desigualdade social, a fome e a pobreza, além de temas emergentes como a inteligência artificial e os desafios relacionados à migração. A especialista ressalta que a de-dolarização da economia e a expansão dos BRICS também serão pontos de debate.

Desafios e Relevância da ONU

A ONU, ao atingir seus 80 anos, enfrenta questionamentos sobre sua eficácia e capacidade de ação. Priscila Caneparo aponta dois fatores principais para essa fragilização: a estrutura do Conselho de Segurança, que não reflete o equilíbrio de poder atual, e os ataques contínuos ao multilateralismo por parte de governos de extrema-direita.

Leia também:

Apesar das críticas, a especialista enfatiza que a organização mantém sua relevância através de seus diversos órgãos e agências, que continuam produzindo resultados práticos para o desenvolvimento global. A ONU busca, mesmo com a necessidade de reformas estruturais, se adaptar aos desafios contemporâneos e manter sua função central na promoção da paz e da cooperação internacional.

Autor(a):

Apaixonada por cinema, música e literatura, Júlia Mendes é formada em Jornalismo pela Universidade Federal de São Paulo. Com uma década de experiência, ela já entrevistou artistas de renome e cobriu grandes festivais internacionais. Quando não está escrevendo, Júlia é vista em mostras de cinema ou explorando novas bandas independentes.