Brasil e EUA: Acordo em Vista? Lula e Trump discutem colaboração estratégica e desafios econômicos

Possível Acordo entre Brasil e EUA

A recente interação entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Donald Trump indica que um acordo pode estar a caminho, conforme análise de Christopher Garman, diretor-executivo para as Américas da Eurasia Group. Garman ressalta que essa movimentação está mais ligada à política interna dos Estados Unidos do que à diplomacia propriamente dita.

O especialista elogia a estratégia do Palácio do Planalto, afirmando que o governo brasileiro tem sido astuto nas negociações. “Ao contatar Trump e propor uma colaboração mais intensa no combate ao crime organizado, o Brasil se alinha a uma prioridade significativa da administração americana”, explica Garman.

Desafios Econômicos e Tarifas

Entretanto, a questão da redução tarifária é complexa. Uma pesquisa da CBSNews e do instituto YouGov revelou que apenas 32% dos americanos consideram a economia do país em um “bom estado”, uma queda em relação aos 38% registrados na posse de Trump.

Além disso, 58% da população afirma que os preços têm aumentado nas últimas semanas.

Garman observa que a redução das tarifas sobre produtos brasileiros pode ser uma estratégia para diminuir o custo de vida e, assim, aumentar o apoio interno ao governo. Washington também está atenta às reservas de minerais críticos do Brasil, buscando alternativas para reduzir a dependência da China.

Leia também:

Análise de Leonardo Mattos: Presença Militar dos EUA na Venezuela é Insuficiente para Invasão

Rússia avança em negociações de paz com EUA, mas Ucrânia teme condições desfavoráveis

Intensificação dos Combates no Leste da República Democrática do Congo Após Encontro com Trump

Minérios e Dependência Chinesa

Os minérios brasileiros, que possuem características como condutividade e maleabilidade, são de interesse estratégico. A China, que controla 60% da mineração global e 91% do refino mundial, é a maior produtora desses recursos. O Brasil, embora possua 23% das reservas mundiais de terras raras, processa apenas 1% desse total.

“O governo americano está buscando um acordo para diminuir essa dependência da China”, afirma Garman. Ele conclui que essa situação cria uma oportunidade para o Brasil, sugerindo que um tratado pode estar em vista.