Brasil avança na transição energética com biometano na logística e metas ambiciosas até 2030

A Transição Energética no Brasil ganha destaque com o uso de biometano na logística. L’Oréal reduz 750 toneladas de CO₂ e mira 3.500 até 2025!

13/11/2025 10:45

4 min de leitura

(Imagem de reprodução da internet).

A Transição Energética no Brasil

A transição energética já não é um tema restrito a conferências internacionais ou relatórios técnicos. O Brasil, prestes a sediar um importante evento, está no centro desse debate. A busca por soluções para a transição energética agora envolve setores que, tradicionalmente, não estão diretamente ligados ao assunto.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

A discussão mudou de “por que fazer” para “como fazer”. O que distingue as empresas é a capacidade de transformar promessas em ações concretas.

No Brasil, esse movimento já é visível, especialmente na cadeia logística. A empresa está ampliando o uso de biometano, um combustível renovável gerado a partir de resíduos de aterros sanitários, como parte de sua estratégia de descarbonização do transporte.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Juliana Fleming, Diretora de Operações do Grupo L’Oréal no Brasil, destaca que o biometano é 100% renovável, proveniente de resíduos orgânicos, reduz até 99,9% das emissões e é menos suscetível à volatilidade do petróleo. “Essa combinação de sustentabilidade e eficiência faz dele um componente-chave na nossa estratégia de descarbonização”, afirma.

Logística em Transição

Atualmente, 100% da rota entre a fábrica e o Centro de Distribuição em São Paulo utiliza biometano, que também é responsável por cerca de 80% das entregas diretas no estado. Essa adoção já resultou na redução de 750 toneladas de CO₂ desde a implementação, com a expectativa de superar 3.500 toneladas até o final de 2025.

Leia também:

Para Helen, esse é um aspecto crucial: “Inovação sustentável não é apenas discurso; ela gera impacto real.”

A perspectiva de impacto se reflete no planejamento logístico. Juliana menciona que a empresa continuará investindo e tem como meta que, até 2030, 60% dos itens vendidos sejam transportados em caminhões movidos a biometano. Esse avanço será potencializado com a inauguração do primeiro ponto exclusivo de abastecimento de biometano da América Latina, localizado em Jarinu.

A parceria com a empresa também abastece as caldeiras da fábrica, promovendo o uso do biometano tanto na logística quanto no processamento industrial.

Dados Relevantes

  • 100% da rota entre fábrica e Centro de Distribuição opera com biometano.
  • 80% das entregas diretas em São Paulo utilizam biometano.
  • Primeiro ponto dedicado de abastecimento de biometano da América Latina em Jarinu – SP.
  • Redução prevista de 3.500 toneladas de CO₂ até 2025.
  • Meta até 2030: aumentar o transporte com biometano para 60% dos itens vendidos.

Vantagens do Biometano

O biometano pode reduzir até 99% das emissões de Gases de Efeito Estufa em comparação ao diesel e ao gás natural. Além disso, apresenta um preço mais estável, pois é reajustado pelo IPCA, evitando a volatilidade do petróleo e do câmbio. Helen ressalta que a transição climática justa requer a mobilização de toda a cadeia. “Nenhuma empresa consegue resolver sozinha, mas pode acelerar o processo ao demonstrar o que é viável”, afirma.

Essa visão institucional se reflete em decisões que aumentam a eficiência, como a transferência do Centro de Distribuição do Rio para São Paulo, aproximando a fábrica dos clientes e da malha logística. A eliminação do frete aéreo doméstico e a expansão da cabotagem ampliam ainda mais os benefícios.

Marcel Jorand, CEO da Gás Verde, destaca que a descarbonização da cadeia logística é um desafio estratégico para o Brasil. “Cerca de 60% das cargas são transportadas por rodovias, que utilizam principalmente diesel, um combustível poluente. O biometano é a alternativa mais eficaz para uma logística sustentável e eficiente”, conclui.

Quando uma empresa líder adota o biometano em sua logística, a discussão sobre o futuro se torna uma realidade mensurável. A questão não é mais se é possível reduzir as emissões, mas como acelerar esse processo.

Ana Carolina é engenheira de software e jornalista especializada em tecnologia. Ela traduz conceitos complexos em conteúdos acessíveis e instigantes. Ana também cobre tendências em startups, inteligência artificial e segurança cibernética, unindo seu amor pela escrita e pelo mundo digital.