O governo brasileiro almeja assegurar dois eventos diplomáticos na COP30: o progresso do TFFF (Fundo para as Florestas Tropicais para Sempre), fundo destinado à conservação de florestas tropicais, e a constituição de um mercado internacional regulado de carbono. A avaliação é do secretário-executivo adjunto do Ministério da Fazenda, Rafael Dubeux, em entrevista à CNN.
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“São medidas que não dependem de consenso entre os 200 países da convenção”, destacou o secretário. “Basta que um grupo esteja disposto a dar o primeiro passo, e é nisso que estamos trabalhando.”
O TFFF é uma das principais apostas do Brasil nas negociações climáticas neste ano. A proposta visa atrair investimentos internacionais, e não doações, com retorno financeiro associado a resultados ambientais.
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O mecanismo de financiamento está sendo construído entre países com extensas áreas de floresta tropical e nações industrializadas que apoiem a transição climática.
O governo já considera o mercado de carbono uma oportunidade econômica e diplomática. A proposta é estabelecer um orçamento compartilhado com países que já possuem sistemas de precificação, como União Europeia, China, Coreia do Sul e Califórnia. O Brasil aprovou no ano passado o marco legal do seu próprio mercado regulado.
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Essa orçamento global de emissões deve ir caindo com o tempo, exigindo que os setores produtivos se adaptem. É uma forma justa, eficaz e politicamente viável de acelerar a descarbonização”, afirmou Dubeux.
Ausência dos EUA
A omissão dos Estados Unidos nas negociações da COP30, incluindo a informação de que a Casa Branca não enviará representantes ao evento em Belém, foi considerada insignificante por Dubeux. Para ele, o país já estava perdendo relevância na agenda global do clima.
É evidente que os Estados Unidos continuam sendo um ator relevante. Contudo, a União Europeia, o Reino Unido, a China – estes sim vêm conduzindo o debate com força nos últimos anos.
A mudança climática não dependerá de uma solução única. Ela será alcançada por meio de um conjunto diversificado de medidas.
Apesar de admitir que o objetivo de arrecadar US$ 1,3 trilhão em financiamento climático não deve ser alcançado até a COP30, o secretário expressa otimismo em relação à viabilidade de progressos significativos nas negociações.
Essa meta não é objeto direto da conferência, mas continuamos engajados em buscar caminhos para alcançá-la. As negociações estão avançando. O importante é garantir que a COP traga resultados concretos.
As seguradoras estimam prejuízos de 84 bilhões de dólares em 2025 devido a eventos climáticos.
Fonte por: CNN Brasil