Ex-presidente Bolsonaro Pode Cumprir Pena na Papuda
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), condenado a 27 anos e três meses de prisão por tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022, tem a possibilidade de ser o primeiro ex-chefe de Estado brasileiro a cumprir pena no Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília.
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O governo do Distrito Federal solicitou ao Supremo Tribunal Federal (STF) uma avaliação médica para verificar se há condições de transferi-lo para a unidade prisional.
O pedido será analisado pelo ministro Alexandre de Moraes, relator do caso, após a conclusão dos recursos apresentados pela defesa. A defesa busca manter o político em prisão domiciliar, alegando motivos de saúde.
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O Complexo da Papuda, inaugurado em 1979, é uma das unidades prisionais mais conhecidas do país. A unidade possui capacidade para aproximadamente 5.300 detentos e abriga indivíduos considerados de alta periculosidade, além de condenados por crimes de corrupção.
O acesso ao interior do complexo é controlado por sete portões de segurança. As celas, com cerca de sete metros quadrados, são equipadas com colchões antichamas, banheiro, pia e um pequeno espaço para livros. Todos os itens de higiene e leitura estão sujeitos a controle rigoroso da administração penitenciária, e a vigilância é constante para evitar fugas e comunicação indevida.
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A Papuda possui um histórico de receber figuras políticas e criminosos influentes. Nomes como José Dirceu, José Genoíno e Valdemar Costa Neto, todos condenados no escândalo do Mensalão, já cumpriram pena na unidade. O ex-governador Paulo Maluf também ficou na unidade antes de obter o direito à prisão domiciliar.
Entre os detentos ligados ao crime organizado, destacam-se Marcola e Tuta, líderes do Primeiro Comando da Capital (PCC), considerados de alta periculosidade. A situação é delicada, considerando a complexidade do cenário criminal brasileiro.
Até o momento, nenhum ex-presidente brasileiro foi enviado à Papuda. Diferentemente, Luiz Inácio Lula da Silva cumpriu pena em uma cela especial da Polícia Federal, em Curitiba, até ter sua condenação anulada, e Michel Temer ficou apenas quatro dias preso em São Paulo.
