O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) optou por não comentar a prisão da deputada Carla Zambelli (PL-SP), que ocorreu na noite de terça-feira, 29, na Itália. Questionado pelo jornal O Globo na quarta-feira, 30, sobre o caso, o ex-presidente desviou a pergunta e perguntou se a repórter “tem censura no Brasil ou não”?
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A deputada, que já fora uma das principais aliadas do ex-capitão, permanecia foragida na Itália desde o início de junho, após ter sido condenada a 10 anos de prisão por invasão aos sistemas do Conselho Nacional de Justiça.
O silêncio intensifica o distanciamento.
Zambelli, que já fora uma das mais leais apoiadoras do bolsonarismo, vinha se afastando de Bolsonaro desde as eleições de 2022. A ruptura definitiva aconteceu após o incidente em que a deputada retirou uma arma e perseguiu um homem em São Paulo, véspera do segundo turno. O ato foi considerado pelo ex-presidente um dos fatores que impactaram sua derrota.
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Carla Zambelli interrompeu nosso trabalho. A cena da Zambelli confrontando o indivíduo… aquilo levou as pessoas a acreditarem: “Bolsonaro defende o uso de armas”. Mesmo aqueles que não votaram em Lula, invalidaram o voto. Nós perdemos.
Apesar de esforços de reconciliação, como o apoio que Bolsonaro ofereceu à candidatura de seu marido à prefeitura de Caucaia (CE), a relação não retomou a normalidade, tendo Bolsonaro declarado em junho deste ano não ter “nada a ver” com Zambelli.
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Aumento das críticas à direita.
Zambelli admitiu, inclusive, o isolamento dentro da direita: antes de ser detida, a deputada declarou à imprensa de um país europeu que o apoio limitado que recebe de figuras que, em teoria, seriam aliadas. Em entrevista ao jornal la Repubblica, ela manifestou frustração com brasileiros e até com membros da extrema-direita global, como a primeira-ministra Giorgia Meloni e o vice-premiê Matteo Salvini, da Itália.
Zambelli afirmou: “Eu esperava algo mais de Salvini, mas também de Meloni, que é amiga de Trump. E Trump sabe o que está acontecendo no Brasil”.
Fonte por: Carta Capital