Bolsonaro afirma não ter planejado sair do Brasil e declara ter possuído dólares

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) assegurou que não tinha intenção de deixar o país e afirmou que sempre manteve dólares em espécie em sua residência, de maneira legal.

O comunicado foi feito ao sair da sede da Polícia Federal em Brasília, após ter sido alvo de uma operação de busca e apreensão, ter que usar tornozeleira eletrônica e ter sido proibido de se aproximar de embaixadas pela ordem do ministro do STF Alexandre de Moraes.

Moraes determinou a medida com base em solicitação do Ministério Público Federal, que sustentou a concreta chance de o ex-presidente deixar o país. Em 2024, o parlamentar do PL permaneceu por dois dias no consulado da Hungria, em Brasília, após a apreensão de seu passaporte pela Polícia Federal. A situação gerou suspeitas de que ele poderia solicitar asilo político, o que ele desconstrói.

Sair do Brasil é a coisa mais fácil que existe. No entanto, não conversei com ninguém sobre isso [deixar o país]. Não tive nenhuma intenção, declarou Bolsonaro a jornalistas na saída da PF.

Na sexta-feira (18.jul), durante uma busca e apreensão na residência do ex-presidente, foram apreendidos US$ 14.000. Bolsonaro declarou possuir todos os comprovantes das operações para adquirir a moeda estrangeira e informou que irá declarar os valores à Receita Federal. “Poxa, eu sempre guardei dólar em casa, né? Tem lá o recibo do Banco do Brasil”, afirmou o ex-presidente.

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Bolsonaro está réu em ação penal no STF (Supremo Tribunal Federal) que investiga o núcleo central na tentativa de golpe de Estado em 2022, após o ex-presidente perder as eleições para o atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

São as determinações judiciais aplicadas ao ex-presidente.

O Ministério Público Federal solicitou a condenação do ex-presidente na segunda-feira (14.jul). Alegou que Bolsonaro “alimentou diretamente a insatisfação e o caos social” após sua derrota eleitoral para Lula. Eis a íntegra (PDF – 5,4 MB).

Em caso de condenação pelos crimes de organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado pela violência e grave ameaça contra o patrimônio público e deterioração do patrimônio tombado, a pena pode ultrapassar os 40 anos de prisão.

Em 2023, o ex-presidente foi condenado pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação. Ele permanece inelegível até 2030. Na entrevista, declarou que os processos visam tirá-lo da disputa política devido à sua vantagem em pesquisas de intenção de voto. Afirmou que, em 2022, quando concorreu à reeleição, o TSE “pesou a mão” contra ele.

A defesa argumenta que

O ex-presidente Jair Bolsonaro manifestou surpresa e indignação com a imposição de medidas cautelares severas, considerando que sempre obedeceu às determinações do Poder Judiciário.

A defesa se manifestará oportunamente, após analisar a decisão judicial.

Fonte por: Poder 360