Bolha de IA: Executivos alertam sobre supervalorização em Wall Street e riscos envolvidos

Executivos de grandes instituições financeiras alertam sobre a supervalorização das ações de inteligência artificial em Wall Street; conheça os riscos envolvido…

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(Imagem de reprodução da internet).

A Inteligência Artificial e o Mercado Financeiro

A inteligência artificial (IA) emergiu como uma das principais tendências no mercado financeiro, gerando um otimismo que se reflete em investimentos que somam bilhões de dólares. O fenômeno de grandes aportes em tecnologias emergentes não é inédito; no início dos anos 2000, a internet também atraía investimentos massivos.

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Naquela época, a popularização da internet estava apenas começando, e diversas empresas que se aproveitavam desse novo cenário eram vistas como promissoras. Contudo, essa euforia rapidamente se transformou em prejuízos bilionários, levando o mercado a perceber que nem toda ideia inovadora garantiria retorno financeiro. Esse episódio ficou conhecido como o estouro da “bolha da Internet”.

Semelhanças com o Passado

Especialistas já apontaram as semelhanças entre o atual cenário pós-pandemia e o vivido no início do século XXI. A Pesquisa Global de Gestores de Fundos, realizada mensalmente pelo Bank of America, revelou que 54% dos economistas acreditam que as ações de IA estão em uma bolha financeira, um recorde nas respostas afirmativas do levantamento.

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A Nvidia, líder na produção de semicondutores essenciais para a IA, viu suas ações crescerem mais de 1.200% nos últimos cinco anos. Outras empresas consolidadas no setor de tecnologia, como Microsoft (142%), Meta (158%) e Alphabet (220%), também registraram aumentos significativos. Em contraste, o S&P 500, principal índice de Wall Street, teve uma alta de apenas 96% no mesmo período.

Alertas de Especialistas

Analistas do mercado já alertaram que a atual “corrida pela IA” pode resultar em uma situação semelhante à de 25 anos atrás. Julien Garran, pesquisador da MacroStrategy Partnership, publicou um relatório afirmando que estamos diante da “maior e mais perigosa bolha que o mundo já viu”. Ele destaca que a alocação de capital nos EUA está inadequada e que a euforia atual é 17 vezes maior que a bolha das “ponto-com” e quatro vezes maior que a bolha imobiliária de 2008.

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O alerta ganhou força recentemente, quando executivos de três bancos expressaram preocupações sobre a possibilidade de uma bolha no mercado acionário dos EUA, impulsionada pela euforia da IA. David Solomon, CEO do Goldman Sachs, afirmou que há um entusiasmo considerável dos investidores, mas que “muito capital investido não trará retornos”. Ele não ficaria surpreso se, nos próximos 12 a 24 meses, houvesse uma queda nos mercados.

Preocupações com o Futuro

Jamie Dimon, CEO do JPMorgan, também comentou sobre a possível bolha de IA, reconhecendo que, embora a IA seja uma realidade, parte do investimento atual “provavelmente” será desperdiçado. Ele ressaltou que, apesar do potencial da IA, muitos investidores podem não obter os resultados esperados.

Mark Mason, CFO do Citi, expressou sua preocupação ao observar os mercados de ações, afirmando que “é difícil não pensar que pode haver alguma instabilidade em diferentes setores”, especialmente em relação a investimentos supervalorizados.

Impacto do Medo no Mercado

Apesar do clima de euforia em torno das empresas de IA, o receio de uma bolha pode estar impulsionando outros ativos, como o ouro. Lisa Shalett, CIO do Morgan Stanley Wealth Management, comentou sobre o aumento do preço do ouro, sugerindo que investidores podem estar buscando proteção contra os riscos associados a uma bolha especulativa em ações de tecnologia.

Ela observou que o mercado de ações está caro e volátil, dominado por um pequeno número de ações de tecnologia de grande capitalização, lembrando a bolha das pontocom de 1999-2000. No entanto, Shalett notou que os investidores parecem não estar muito preocupados com uma possível retração do mercado, já que o índice Vix, que mede o medo do mercado, permanece em níveis baixos.

Autor(a):

Com formação em Jornalismo e especialização em Saúde Pública, Lara Campos é a voz por trás de matérias que descomplicam temas médicos e promovem o bem-estar. Ela colabora com especialistas para garantir informações confiáveis e práticas para os leitores.

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