O jogador Bobadilla, do São Paulo, foi indiciado pela Polícia Civil de São Paulo por injúria racial com motivação xenofóbica, após desentendimento com Miguel Navarro, atleta venezuelano em um jogo da Copa Libertadores, no final de maio. O indiciamento ocorre após o depoimento do jogador paraguaio na Delegacia de Polícia de Repressão aos Delitos de Intolerância Esportiva (Drade) nesta quarta-feira (11).
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Após o segundo gol do time paulista, o jogador Miguel Navarro, do clube argentino, foi visto chorando e discutindo na partida entre o time brasileiro e o Talleres, ocorrida na noite de 27 de maio.
Após a competição, o atleta de 26 anos afirmou que Bobadilla o chamou de “venezuelano morto de fome”.
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Eu estava informando ao árbitro para que se apressasse, pois precisávamos jogar. Então, de repente, Bobadilla apareceu e me disse “venezuelano morto de fome”. Eu quis sair do jogo, mas, infelizmente, não tínhamos mais substituições. Não quis deixar meu time com um jogador a menos. Minha cabeça não estava mais lá naquele momento. A justiça deve ser feita, isso não pode continuar acontecendo, disse Navarro.
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Investigação da Conmebol
A Conmebol instaurou uma investigação em relação a um possível caso de xenofobia no jogo entre São Paulo e Talleres, válido pela Copa Libertadores da América.
Na ocasião, o zagueiro Miguel Navarro, do time argentino, acusou Damián Bobadilla de ofensa, afirmando que o atleta era um “venezuelano morto de fome”.
Uma investigação não implica necessariamente uma punição; a decisão sobre a questão cabe à entidade.
Qualquer jogador ou oficial que insulte ou atente contra a dignidade humana de outra pessoa ou grupo de pessoas, com base na cor da pele, raça, sexo ou orientação sexual, etnia, idioma, credo ou origem, será suspenso por pelo menos dez (10) partidas ou por um período mínimo de quatro (4) meses. Em caso de reincidência, podem ser penalizados com a proibição de exercício de atividades relacionadas ao futebol por cinco (5) anos, ou qualquer outra sanção adicional estabelecida no artigo 6º deste Código.
No Morumbis, local do jogo, o venezuelano foi ouvido pela polícia e registrou um boletim de ocorrência. Bobadilla, contudo, deixou o estádio sem conversar com as autoridades.
De acordo com o delegado Rodrigo Correa Baptista, coordenador da Delegacia de Repressão aos Delitos de Intolerância Esportiva (Drade), onde a investigação foi aberta, o atleta do Tricolor deverá comparecer no local até sexta-feira para apresentar sua versão dos fatos. Ele também acredita que o jogador tenha abandonado o estádio com o objetivo de evitar ser preso em flagrante.
Fonte por: CNN Brasil