BNDES propõe pausa nos pagamentos de dívidas para empresas exportadoras sem contratos com o governo

Prefeitos de municípios brasileiros, incluindo Rio de Janeiro, Campinas (SP), Niterói (RJ) e Petrolina (PE), se reuniram na quinta-feira (27) com o presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), Aloizio Mercadante, para abordar ações de mitigação diante da tarifa imposta pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros.

A reunião teve lugar na sede do banco, no Centro do Rio de Janeiro, e foi organizada pela FNP (Frente Nacional de Prefeitas e Prefeitos), presidida pelo prefeito do Rio, Eduardo Paes (PSD).

O banco apresentou linhas de crédito para empresas impactadas pela tarifa e a viabilidade de suspensão temporária de dívidas (standstill) para exportadores de produtos perecíveis, notadamente aqueles que não conseguem ter seus produtos incluídos em compras públicas. Mercadante ressaltou que a medida está em análise.

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Precisaremos trabalhar em conjunto com a Fazenda e os bancos. Contudo, em certos complexos regionais, particularmente em produtos perecíveis, se as compras públicas não tiverem implementadas, poderá ser necessário adotar essa medida, declarou Mercadante.

Então, não há nenhuma decisão a respeito. É só que surgiu da nossa pauta de conversas hoje, e eu vou levar para o governo (federal), para a Fazenda, e vou conversar com o BNB, que é o banco que está mais disposto para gente tentar desenhar uma estratégia.

O BNDES definiu quatro linhas de crédito para empresas afetadas, oferecendo prazos de carência de 1 a 2 anos e de pagamento entre 5 e 7 anos, com taxas de juros subsidiadas, que em alguns casos ficam abaixo de 3% ao ano. O intuito é reduzir o efeito das tarifas e assegurar a manutenção dos postos de trabalho.

Simão Durão, prefeito de Petrolina e representante dos municípios do Vale do São Francisco, enfatizou a necessidade de ações para os produtores de frutas tropicais.

“Temos essa janela de agosto, setembro e outubro para exportar 2.500 contêineres de manga e 700 contêineres de uva para os Estados Unidos. Essa janela está em andamento e essa tarifação pegou o Vale do São Francisco de surpresa.”

Um terço da população de Petrolina trabalha diretamente com fruticultura irrigada. Somando ao (Vale do) São Francisco, mais de 1 milhão de pessoas dependem dessa atividade, destacou.

Mercadante ressaltou que a necessidade de aquisições governamentais, em vez de políticas de crédito incentivado.

O produtor de manga enfrentará a perda da fruta, que apodrece ao pé. Ele apresenta dificuldades para quitar o crédito já contraído. Assim, é preciso buscar outras soluções. Nossa experiência no Rio Grande do Sul demonstra que, em situações críticas, a suspensão temporária de pagamentos de dívidas pode ser necessária.

O BNDES pretende iniciar, a partir de 15 de setembro, a liberação das primeiras aprovações de crédito. O banco também deve iniciar em setembro visitas aos principais polos exportadores para explicar as medidas diretamente aos empresários.

O tempo é fundamental na economia. Quanto mais se atrasa, maior é o prejuízo. Se se antecipa e todos conseguirem manter suas atividades, a economia continua crescendo e o emprego é preservado, concluiu Mercadante.

Petróleo, café e aeronaves: principais produtos exportados do Brasil para os Estados Unidos.

Fonte por: CNN Brasil