Blocos BRICS buscam possuir seus próprios cabos submarinos de comunicação
A pesquisa representa o ponto de partida para a criação dessa infraestrutura, essencial para o intercâmbio de dados entre nações e o avanço da inteligên…

Os países do Brics preveem conduzir um estudo de viabilidade técnica e econômica para a criação de uma rede de comunicação de alta velocidade por meio de cabos submarinos. A iniciativa já foi abordada pelos ministros da Ciência, Tecnologia e Inovação do grupo e foi incorporada à Declaração Final da 17ª Reunião de Cúpula.
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A realização de um estudo de viabilidade para a criação de cabos submarinos que conectem diretamente os países do BRICS elevará a velocidade, a segurança e a soberania na troca de informações, declarou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, durante a segunda sessão plenária da reunião de Cúpula, que se estende neste domingo (6) e segunda-feira (7), no Rio de Janeiro.
A pesquisa representa o primeiro passo para a criação dessa infraestrutura, necessária, por exemplo, para o compartilhamento de dados entre os países e o desenvolvimento de inteligências artificiais (IA).
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A ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação do Brasil, Luciana Santos, também comentou sobre o tema em entrevista à Empresa Brasil de Comunicação (EBC). Segundo Santos, o estudo será financiado pelo Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), também chamado de Banco do Brics.
Os cabos de fibra óptica, atualmente onde circulam os dados, estão muito concentrados no Norte Global. Vamos realizar esse estudo de viabilidade. Foi uma decisão dos 11 países, e buscaremos o NDB, declarou em entrevista à Empresa Brasil de Comunicação (EBC), neste domingo (6).
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Dados em grande escala são transmitidos entre continentes e entre países ao redor do mundo por meio de cabos de fibra óptica instalados no fundo do oceano. Esses cabos permitem a realização de chamadas de vídeo e outras comunicações, além de possibilitar o tráfego na internet. A maior parte desses cabos é de países como Estados Unidos, França, Japão e China.
Estamos em um tempo marcado pela centralidade do indivíduo, cuja questão dos dados é decisiva para a agenda de desenvolvimento dos países. Nós temos que ter um cabo próprio, em que os dados sejam nossos, sejam desses países, reforçou a ministra.
O BRICS reúne representantes de 11 países membros permanentes: Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, Irã, Arábia Saudita, Egito, Etiópia, Emirados Árabes Unidos e Indonésia.
Participam também os países parceiros: Bielorrússia, Bolívia, Cazaquistão, Tailândia, Cuba, Uganda, Malásia, Nigéria, Vietnã e Uzbequistão.
Os onze membros representam 39% da economia mundial, 48,5% da população do planeta e 23% do comércio global. Em 2024, países do Brics receberam 36% de todo o que foi exportado pelo Brasil, enquanto nós compramos desses países 34% do total do que importamos.
Inteligência artificial
Na Declaração Final da 17ª Reunião de Cúpula, a Declaração do Rio de Janeiro, os países sinalizam positivamente para a construção de uma rede própria: “Agradecemos a proposta brasileira de discutir, em 2025, a realização de um “Estudo de Viabilidade Técnica e Econômica” para o estabelecimento de uma rede de comunicação de alta velocidade por meio de cabos submarinos entre os países do BRICS”.
Adicionalmente à Declaração do Rio de Janeiro, os países do BRICS aprovaram um documento específico de Governança Global da Inteligência Artificial.
Segundo a ministra, no Brasil existem atualmente 11 centros de competência para desenvolver soluções de inteligência artificial, abrangendo questões da saúde, educação e agropecuária, com o objetivo de atender às demandas do país. Esses centros fazem parte do Plano Brasileiro de Inteligência Artificial, que possui um investimento de R$ 23 milhões.
A inteligência artificial, como todas as revoluções tecnológicas, não deve ser encarada como uma solução mágica, mas sim compreendida e controlada. E o Brasil está mostrando que pode realizar isso, afirmou Santos.
Existem diversas soluções brasileiras de inteligência artificial, e é isso que se deseja, para que a ciência e a tecnologia se aproximem cada vez mais das pessoas e não apresentem os vieses que se conhecem atualmente, como o uso indevido, a intolerância, o ódio ou que afetem a democracia, sendo utilizados contra os interesses da democracia e contra os interesses das pessoas.
A maioria das pessoas acredita que o uso de inteligência artificial é adequado para tomadas de decisões financeiras.
Fonte por: CNN Brasil
Autor(a):
Lucas Almeida
Lucas Almeida é o alívio cômico do jornal, transformando o cotidiano em crônicas hilárias e cheias de ironia. Com uma vasta experiência em stand-up comedy e redação humorística, ele garante boas risadas em meio às notícias.