Bitcoin atinge recordes em 2025, mas enfrenta queda acentuada. Especialistas analisam fatores que influenciam sua volatilidade e perspectivas para 2026.
O bitcoin alcançou recordes em 2025, mas recentemente perdeu todos os ganhos do ano e continua em queda. Desde outubro, o valor do ativo caiu de mais de US$ 120 mil para menos de US$ 90 mil. André Barbosa, especialista em investimentos, destaca que o bitcoin é conhecido por sua alta volatilidade em comparação com outros ativos.
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Este ano, no entanto, foi atípico para a criptomoeda, que quebrou o ciclo de quatro anos esperado pelo mercado, que normalmente consiste em três anos de alta seguidos por um de queda. A expectativa era que a queda ocorresse em 2026, mas ela foi antecipada.
Desde a máxima histórica em outubro, o bitcoin já perdeu cerca de 30% de seu valor.
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Além da realização de lucros, que já era esperada, especialistas apontam que a volatilidade do bitcoin em 2025 pode ser atribuída a diversos fatores, especialmente o cenário de juros nos Estados Unidos e o desempenho das empresas de tecnologia. Em dezembro, a taxa de juros foi mantida entre 3,5% e 3,75%, uma redução já prevista pelo mercado.
A pressão sobre a política monetária dos EUA aumenta à medida que o mandato de Jerome Powell se aproxima do fim. Muitos investidores que adquiriram bitcoins há anos decidiram vender para reduzir a exposição, antecipando possíveis perdas no próximo ano, o que também contribuiu para a queda do ativo.
Barbosa explica que a correlação entre o bitcoin e as empresas de tecnologia tem crescido nos últimos anos. Ambos os ativos se beneficiam do excesso de liquidez, que permite a conversão rápida em dinheiro sem perda significativa de valor. No entanto, a volatilidade do bitcoin pode ser mais acentuada.
O bitcoin é visto como um indicador das movimentações nas empresas de tecnologia. Devido à sua volatilidade e menor liquidez em comparação com o mercado de ações, o criptoativo sofre impactos mais significativos do que as ações de inteligência artificial.
Os especialistas acreditam que o bitcoin pode recuperar força e apresentar alta em 2026, embora com alguma volatilidade. Barbosa prevê que a valorização do ativo será gradual, impulsionada por taxas de juros mais baixas e maior liquidez no mercado.
Zogbi acredita que o bitcoin pode voltar aos níveis de outubro de 2025 ou até superá-los, mas alerta para a possibilidade de maior volatilidade devido às eleições de meio de mandato nos EUA e preocupações relacionadas à inteligência artificial.
Os fatores que impulsionaram o bitcoin antes da queda devem permanecer em 2026.
Enquanto a tendência global é positiva, o Brasil enfrenta desafios que podem impactar o câmbio e, consequentemente, os investidores em bitcoin. Barbosa observa que, se o atual “descontrole fiscal” persistir, o dólar tende a se fortalecer em relação ao real, o que prejudica quem investe apenas em reais.
Uma mudança de governo focada em ajustes fiscais pode levar à valorização do real. Zogbi ressalta que, para o investidor brasileiro, o bitcoin pode ser um ativo interessante para descorrelação, mas a volatilidade deve ser considerada.
Ambos os especialistas concordam que o período eleitoral pode influenciar as expectativas do mercado financeiro em 2026, e essa volatilidade deve ser cuidadosamente avaliada pelos investidores em bitcoin.
Autor(a):
Ex-jogador de futebol profissional, Pedro Santana trocou os campos pela redação. Hoje, ele escreve análises detalhadas e bastidores de esportes, com um olhar único de quem já viveu o outro lado. Seus textos envolvem os leitores e criam discussões apaixonadas entre fãs.